(ANSA) - Duas pessoas morreram e uma ficou ferida após disparos de arma de fogo feitos no centro de Bruxelas, capital da Bélgica e sede da União Europeia.
Segundo as primeiras informações, o tiroteio ocorreu por volta das 19h15 (horário local, 14h15 em Brasília) no entorno de Place Sainctelette.
Serviços de emergência foram até o local e ninguém foi preso até o momento.
Em imagens feitas por um morador da área, é possível ver um homem com jaqueta laranja neon e capacete branco, com uma arma na mão, subindo em uma moto e fugindo. A arma seria uma submetralhadora AK47.
Segundo fontes da polícia citadas por veículos de imprensa locais, o homem que abriu fogo gritou "Allahu Akbar", expressão muçulmana que significa "Alá é grande".
O Ministério Público da capital belga disse à AFP que uma investigação foi aberta.
Também segundo a imprensa local, os dois mortos são de nacionalidade sueca.
Um taxista também ficou ferido, mas está fora de perigo.
Autor
O autor do atentado publicou um vídeo na internet reivindicando pertencimento ao Estado Islâmico. Nas imagens, ele diz ter feito o gesto para "vingar os muçulmanos", segundo a mídia belga.
“Vivemos pela nossa religião e morremos por essa mesma religião”, disse ainda, em árabe.
O suspeito tem 45 anos de idade e foi identificado como Abdesalem L. A informação foi dada pelo porta-voz do Ministério Público Federal belga à TV nacional.
Segundo o jornal La Libre, o suspeito é um tunisiano, solicitante de asilo desde 2019.
Partida entre Bélgica e Suécia
Ocorria nesta segunda-feira (16) uma partida de futebol entre Bélgica e Suécia pelas eliminatórias da Eurocopa e, segundo os mesmos veículos, as duas vítimas usavam camisas da seleção sueca.
A partida no estádio Rei Baudouin foi interrompida após o primeiro tempo.
As saídas do estádio ficaram bloqueadas, impedindo os 35 mil torcedores presentes de sair da estrutura. No entanto, autoridades anunciaram que a arena precisaria ser evacuada progressivamente após o estabelecimento de um perímetro seguro no entorno. A estação de metrô Rei Baudouin, em frente ao estádio, foi fechada sob forte policiamento.
A Uefa informou que a partida foi “anulada definitivamente por motivos de segurança”.
Medidas de segurança
Os acessos ao Parlamento Europeu foram bloqueados. A limitação foi constatada pela ANSA no local. As pessoas dentro do Parlamento foram convidadas a ficar no interior do edifício e, segundo um responsável pela segurança, podem sair se desejarem, assumindo a responsabilidade.
O centro nacional de crise divulgou um comunicado pedindo que a população "evite deslocamentos desnecessários".
O gabinete pediu também que os cidadãos não compartilhem imagens ou vídeos ligados ao atentado.
As autoridades também determinaram o fechamento de diversas estações do metrô.
Bélgica
O prefeito de Bruxelas, Philippe Close, declarou: “Após o tiroteio em Bruxelas, os serviços policiais estão mobilizados para garantir a segurança dentro e no entorno da nossa capital, em cooperação com a ministro da Interior, Annelies Verlinden”.
“Estamos monitorando a situação e pedimos aos cidadãos de Bruxelas que sigam vigilantes. As minhas mais sinceras condolências aos entes queridos do vil atentado”, disse o primeiro-ministro belga, Alexander de Croo. Ele também informou que está reunido com os ministros da Justiça e do Interior no gabinete nacional de crise.
“Estamos chocados pelo tiroteio que atingiu a capital nesta noite. Nossos pensamentos vão sobretudo às vítimas, aos familiares e aos entes queridos”, manifestou o rei Filipe da Bélgica.
O país aumentou o nível de alerta para quatro, o máximo do país, sinônimo de ameaça terrorista "grave e iminente".
União Europeia
A presidente do poder Executivo da UE, Ursula von der Leyen, declarou: "Meu pensamento nesta noite vai às famílias das duas vítimas do ignóbil atentado em Bruxelas. Meu absoluto apoio às forças policiais belgas para que capturem rapidamente o suspeito. Estamos unidos contra o terrorismo".
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, lamentou: “O coração da Europa foi atingido pela violência. Meu coração vai às famílias das vítimas do ataque homicida no centro de Bruxelas. Meu apoio vai às autoridades e aos serviços de segurança belgas que estão monitorando a situação”.
Comunidade internacional
O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, determinou que sejam reforçados os controles na fronteira entre a França e a Bélgica. As informações foram divulgadas pela TV BFM.
O governo da Itália disse em nota que a premiê, Giorgia Meloni, "acompanha as notícias com preocupação e condena todas as forças de violência, fanatismo e terrorismo".
O vice-premiê e chanceler italiano, Antonio Tajani, também expressou solidariedade em nome do governo: “A Europa saberá reagir a qualquer ameaça”.
(ANSA).