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Jihad Islâmica nega culpa por ataque a hospital e acusa Israel

Embaixador na Itália afirmou que país quer 'destruir Hamas, não ocupar Gaza'

Destruction in the Gaza Strip ahead of Israeli expected ground invasion

Redazione Ansa

(ANSA) - O grupo palestino Jihad Islâmica negou nesta quarta-feira (18) a acusação de Israel de que seria responsável pelo bombardeio a um hospital na Faixa de Gaza.

O ataque ocorreu na noite da última terça (17) e deixou mais de 471 mortos, segundo as autoridades de Gaza, mas o balanço exato de vítimas ainda pode aumentar.

O Hamas, que comanda o território, acusou Israel, que culpou um foguete defeituoso da Jihad Islâmica pela tragédia.

"Os hospitais da Faixa de Gaza receberam avisos de evacuação antes de ser atingidos por bombardeios, mas ninguém na comunidade internacional interveio", afirmou a Jihad Islâmica, acusando Israel de difundir "versões contraditórias" sobre o episódio.

Segundo o grupo palestino, "o ângulo do impacto e a intensidade do fogo demonstram que se tratou de um ataque aéreo". A Jihad Islâmica ainda lembrou o assassinato da jornalista Shireen Abu Akleh pelas forças de Israel, que, inicialmente, tentaram culpar palestinos pelo crime.

O ataque ao hospital Al-Ahli provocou consternação no mundo todo e protestos contra embaixadas de Israel em países árabes.

"Estou horrorizado com o assassinato de centenas de civis palestinos em um ataque a um hospital de Gaza, que condeno veementemente. Os hospitais e o pessoal médico estão protegidos pelo direito humanitário internacional", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, sem apontar culpados.

Já a presidente do poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o hospital se transformou "em um inferno de fogo", com cenas "horríveis e angustiantes", enquanto a premiê da Itália, Giorgia Meloni, declarou estar "profundamente entristecida".

"Enquanto esperamos confirmações definitivas sobre a dinâmica dos fatos, renovamos mais uma vez nosso empenho para proteger a população civil, resolver os problemas humanitários mais urgentes e assegurar uma rápida solução da crise", ressaltou a primeira-ministra.

Até o momento, as autoridades de Gaza contabilizam 3,5 mil mortos e cerca de 12 mil feridos nos bombardeios de Israel, que, por sua vez, soma 1,4 mil vítimas nos ataques deflagrados pelo Hamas em 7 de outubro.

Em coletiva de imprensa nesta quarta, um porta-voz das Forças de Defesa Israelenses (IDF), Daniel Hagari, afirmou que o ataque ao hospital Al-Ahli foi causado por um "foguete defeituoso" lançado às 18h59 (horário local) pela Jihad Islâmica a partir de um cemitério nos arredores.

De acordo com ele, também há um registro de uma conversa entre combatentes palestinos que confirmaria o disparo de um míssil com defeito.

Em visita a Israel, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pareceu encampar a tese e afirmou que a explosão foi provocada "pelo outro lado".

Pouco antes, ainda no Air Force One, o mandatário havia dito que estava "indignado" com o ataque, que levou ao cancelamento de uma reunião com os presidentes da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e do Egito, Abdel Fatah al-Sisi, e o rei da Jordânia, Abdullah II.

Também nesta quarta, o ministro das Relações Exteriores israelense, Eli Cohen, declarou que ao fim da guerra, “não só o Hamas não estará mais em Gaza, como também o território de Gaza irá diminuir”.

ONU

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, declarou nesta quarta-feira que as Nações Unidas “certamente vão querer conduzir suas próprias investigações” sobre o massacre no hospital de Gaza.

“E elas devem ser feitas muito cedo e de forma muito rápida”, acrescentou, em entrevista à CNN.

Questionado se as evidências entregues por Israel ao negar sua responsabilidade resolvem a questão, ele disse que não: “Não estou encarregado de julgar violações dos direitos humanos e atrocidades desse tipo".

Para ele, uma investigação da ONU pode ensinar questões importantes: “Para evitar que isso aconteça no próximo hospital, na próxima escola onde as pessoas se refugiam".

Embaixador na Itália

O embaixador israelense na Itália, Alon Bar, declarou, também nesta quarta, que o país que “destruir o Hamas, não ocupar Gaza”.

“A operação contra o Hamas será longa. Israel irá em frente até que os terroristas não controlem mais Gaza, até que seu arsenal seja destruído. O mundo deve entender que não temos escolha: precisamos impedir que em dois anos haja outro massacre como o de 7 de outubro”, disse.

As declarações foram dadas durante uma coletiva de imprensa em Roma. “Israel não quer ocupar Gaza, não nos interessa, não é uma opção. O que estamos fazendo segue as regras internacionais”, concluiu.

(ANSA)

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