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Número de mortos na guerra entre Israel e Hamas chega a 5,5 mil

Tajani ajuda em negociações para abertura de passagem de Rafah

Redazione Ansa

(ANSA) - O número de mortes em Gaza causadas por ataques israelenses em decorrência da guerra contra o grupo fundamentalista islâmico Hamas ultrapassou a marca de 4 mil, informou o Ministério da Saúde local nesta sexta-feira (20).

Segundo o novo boletim, 4.137 pessoas perderam a vida, enquanto outras 13 mil estão feridas. Já em Israel, a quantidade de vítimas é de mais de 1,4 mil. O total de mortos no conflito é de 5,5 mil.

Nesta manhã, após aproximadamente 11 horas de relativa "tranquilidade", os disparos de foguetes foram retomados de Gaza em direção ao sul do Israel. As sirenes de alarme soaram várias vezes nas comunidades próximas da Faixa, incluindo Sderot, além de Jerusalém.

Durante a noite passada, mais de 100 alvos do Hamas foram atingidos por Israel em Gaza. Entre eles está um membro do comando naval do grupo fundamentalista, Amjad Majed Muhammad Abu 'Odeh, considerado pelos israelenses com co-responsável pelo ataque de 7 de outubro e pelo massacre de civis.

O Exército informou ainda que também atingiu um túnel, depósitos de armas e alguns centros de comando. Uma equipe de lançadores de foguetes do Hamas que tentou atingiu um avião também foi neutralizada.

As tropas de Israel estão se preparando para a próxima fase da guerra, que será a entrada das forças por terra em Gaza e, de acordo com o embaixador de Israel na Rússia, Alexander Ben Zvi, a "decisão de lançar a operação terrestre na Faixa de Gaza foi tomada".

O ministro da Defesa, Yoav Gallant, declarou ao Parlamento de Israel que existem três fases com as quais o governo pretende eliminar o Hamas.

"A primeira fase é um tiroteio prolongado em Gaza com uma manobra terrestre para eliminar os membros do Hamas e as estruturas da facção. Já a segunda é uma fase intermediária para eliminar ninhos de resistência. A terceira, em vez disso, é a criação na Faixa de uma nova realidade de segurança tanto para os cidadãos de Israel como para os próprios habitantes de Gaza", explicou Gallant.

Segundo um porta-voz de Israel, o número confirmado de soldados mortos em combate é de 306, enquanto que os reféns são 203 e há mais de 100 desaparecidos. A maioria dos sequestrados está viva.

Além disso, as autoridades israelenses afirmaram que ao menos três terroristas do Hezbollah foram identificados na zona fronteiriça com o Líbano pelos militares israelenses após uma ofensiva aérea.

ONU 

A Agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos (Unrwa) pediu que suas escolas onde os palestinos se refugiaram na cidade de Gaza sejam evacuados.

A ONU afirma que os locais não são mais seguros, após ter recebido um aviso israelense.

“Fomos informados por Israel da necessidade de evacuar essas infraestruturas o mais rápido possível. Fizemos o que pudemos para protestar e rejeitar essa decisão, mas a conclusão é que de agora em diante nossas estruturas não estarão mais seguras”, disse a agência, em nota.

Hoje, o alto comissário das Nações Unidas para Refugiados, Filippo Grandi, afirmou que "qualquer escalada da ação militar israelense em Gaza será "catastrófica" para a população.

"Posso afirmar com certeza que qualquer nova escalada ou mesmo apenas a continuação das atividades militares será simplesmente catastrófica para o povo de Gaza", acrescentou o italiano.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, chegou mais cedo à passagem de Rafah, no Egito, para preparar a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Centenas de caminhões carregando ajuda vinda de agências da ONU, organizações internacionais e governos estão parados do outro lado da fronteira, enquanto aguarda a abertura da passagem de Rafah.

Em pronunciamento, Guterres exigiu que Israel e Egito, que negociam a liberação do corredor, abram imediatamente a passagem para a entrada dos caminhões em Gaza.

Por sua vez, o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, declarou que está trabalhando para garantir a abertura da passagem de Rafah, entre Gaza e o Egito.

"Vamos ver qual será o momento. Precisamos de um acordo entre israelenses e egípcios para obter ajuda humanitária, há problemas organizacionais e espero que todos possamos trabalhar juntos para também retirar os nossos 12-15 italianos que estão na Faixa de Gaza", declarou o chanceler.

Segundo Tajani, o grupo poderia passar pela área juntamente com outros ocidentais e ao mesmo tempo levar ajuda humanitária à população civil.

No entanto, a passagem de Rafah ainda está fechada e não houve nenhum movimento, o que indica que a proibição israelense à entrada de ajuda humanitária permanece por enquanto, relataram fontes locais à ANSA. 

Ataque Igreja 

Um bombardeio de Israel contra Gaza atingiu uma igreja greco-ortodoxa que abrigava mais de 400 civis e deixou ao menos 17 mortos, informou a Caritas Jerusalém nesta sexta (20).

"Ontem à noite foi atingida a sala adjacente à igreja de San Porfírio em Gaza, que oferecia refúgio a 411 pessoas. Entre eles estavam cinco funcionários da Caritas Jerusalém, junto com seus familiares", diz a nota.

Segundo a instituição, "Viola, uma técnica de laboratório da Caritas Jerusalém, de 26 anos, foi morta junto com seu filho, seu marido, além de sua irmã e os dois filhos dela".

A Caritas Jerusalém enfatizou que acredita que o número de vítimas aumentará com o passar das horas. Fontes locais estimam entre 150 e 200 vítimas. "Nossos corações estão próximos de todos aqueles que foram afetados por este ataque devastador".

"A Caritas Italiana se une à Caritas de Jerusalém em oração, oferecendo proximidade e apoio às muitas famílias enlutadas", acrescentou o comunicado, pedindo "a todas as partes em conflito um cessar-fogo imediato, a abertura de corredores humanitários para levar ajuda às populações afetadas e o início de conversações de paz, para pôr fim a esse horror".

O Ministério do Interior do Hamas já havia anunciado que muitos deslocados que estavam no templo religioso morreram e outros ficaram feridos durante um bombardeio israelense. 

Hamas liberta reféns

O grupo fundamentalista islâmico Hamas anunciou nesta sexta-feira (20) que libertou duas reféns, mãe e filha, também com cidadania americana, informou a TV israelense.

“Isto é demonstrar ao povo americano quão erradas são as declarações de Biden e da sua administração fascista”, declarou o Hamas, que agradeceu a mediação do Catar.

Segundo o gabinete de Benjamin Netanyahu, as duas estão em uma base militar israelense no centro do país.

“Hoje garantimos a liberação de duas americanas reféns do Hamas, que logo estarão com suas famílias”, disse Joe Biden, destacando que a administração trabalha por todos os cidadãos americanos capturados no Oriente Médio. “Agradeço ao governo do Catar e ao de Israel pela parceria neste trabalho”, acrescentou.

Ele disse que as reféns passaram “um calvário terrível nos últimos 14 dias. Como presidente, minha prioridade é a segurança dos americanos”.

Segundo a Casa Branca, Biden e Netanyahu conversaram para garantir a saída segura das reféns e Biden destacou o apoio ao direito de defesa israelense, dentro das leis de guerra, protegendo os civis de Gaza.

Um porta-voz das Forças de Defesa israelenses disse que "não haverá nenhuma interrupção" nos esforços de Israel para "destruir o Hamas". Em entrevista à CNN após a libertação das eféns americanas, o porta-voz, major Dorion Spielman, afirmou que "agora o Hamas tenta se apresentar como organização de direitos humanos" mas ainda "chovem foguetes sobre Israel".

"Retomaremos todos os reféns e aí podemos começar a falar com eles. Não haverá pausa. Os eliminaremos. É só uma tática para nos parar, mas estão errados. Hamas é um mal que deve ser freado completamente e é o que faremos", declarou.

O presidente americano, Joe Biden, falou ao telefone com a família das duas, Judith Tai Raanan e sua filha, Natalie Raanan. As duas haviam partido de Chicago para visitar parentes no sul de Israel quando foram raptadas.

 (ANSA)

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