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Após 2 semanas de guerra, primeiras ajudas entram em Gaza

Redazione Ansa

(ANSA) - Após duas semanas de guerra, o posto de fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito em Rafah foi aberto neste sábado (21) pela primeira vez desde o início do conflito para permitir a entrada de ajuda humanitária aos palestinos.

Os caminhões aguardaram durante vários dias do lado egípcio da divisa, enquanto o Cairo cobrava garantias de que Israel não realizaria bombardeios na região. Ao todo, cerca de 20 veículos cruzaram a fronteira, que foi aberta após a libertação de duas reféns com cidadania americana pelo Hamas, grupo radical que controla Gaza.

O chefe da delegação local do Crescente Vermelho, Mahmoud al-Nairab, disse à ANSA que a maior parte das ajudas consiste em medicamentos para os hospitais, alimentos, água e leitos. Essa primeira leva não incluiu combustível.

O Crescente Vermelho e a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa) usaram dois galpões no sul da Faixa de Gaza - em Rafah e Deir al-Ballah - para distribuir os itens de primeira necessidade para a população.

O trânsito de pessoas em direção ao Egito, no entanto, não foi liberado, e muitos cidadãos com nacionalidade estrangeira ainda aguardam a evacuação para voltar a seus países, incluindo brasileiros e italianos.

O responsável por assuntos humanitários da ONU, Martin Griffiths, elogiou a entrada das primeiras ajudas em Gaza, mas disse esperar que essa remessa "não seja a última". "Estou confiante de que essa expedição será o início de um esforço sustentável para fornecer bens essenciais aos habitantes de Gaza em modo seguro e sem obstáculos", acrescentou.

Já a presidente do poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que esse "é um primeiro passo importante que aliviará o sofrimento de pessoas inocentes".

O ministro das Relações Exteriores e vice-premiê da Itália, Antonio Tajani, também celebrou a entrada de ajuda humanitária em Gaza e disse que a iniciativa é resultado "da ação diplomática do governo em defesa dos civis palestinos". "Continuamos trabalhando para salvar o maior número de pessoas possível e libertar os reféns", garantiu.

Por sua vez, o Hamas declarou que esse comboio "limitado" não será capaz de "mudar o desastre humanitário" que a região está vivendo. "É importante estabelecer um corredor seguro e que funcione 24 horas por dia", reforçou Salama Maruf, chefe do gabinete de comunicação do grupo radical. (ANSA)

Reféns

O grupo Hamas disse neste sábado (21) que há "contatos em curso" para a libertação de reféns civis capturados na incursão realizada contra Israel em 7 de outubro.

A organização libertou duas mulheres de cidadania americana na última sexta-feira (20), mas, segundo o Exército israelense, ainda teria 210 pessoas sob custódia.

"Há contatos em curso com mediadores de Egito e Catar", disse Osama Hamdan, representante do Hamas em Beirute, no Líbano. Ao ser questionado pela ANSA, o dirigente ressaltou que espera encerrar o assunto dos reféns "assim que possível".

"Trabalhamos com todos os mediadores para fechar o caso dos civis assim que as condições de segurança forem oportunas", declarou Hamdan.

No entanto, o representante deixou claro que o Hamas só negociará a libertação dos reféns militares quando Israel parar de bombardear Gaza. "Consideramos a ocupação [israelense] responsável pela incolumidade dos reféns, à luz do incessante bombardeio fascista na Faixa de Gaza", disse.

Hamdan ainda afirmou que aquilo que Israel sofreu em 7 de outubro "não será nada comparado" com o que acontecerá no caso de uma incursão terrestre. "A resistência está pronta para qualquer cenário", garantiu. (ANSA)

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