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Em cúpula no Egito, Brasil condena Hamas e cobra Israel

Ministro Mauro Vieira representou o presidente Lula

Redazione Ansa

(ANSA) - O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, condenou neste sábado (21) os "ataques terroristas perpetrados pelo Hamas", mas cobrou que Israel respeite o direito internacional, em discurso na cúpula de paz promovida pelo Egito.

O evento reúne líderes de diversos países no Cairo, mas não conta com representantes de alto escalão de Israel nem dos Estados Unidos, que são contra a instituição de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.

"O governo brasileiro condena inequivocamente os ataques terroristas perpetrados pelo Hamas em Israel em 7 de outubro, bem como a tomada de reféns civis. Brasileiros estão entre as vítimas, e três deles foram assassinados em Israel", declarou Vieira em sua intervenção na cúpula.

Em seguida, o chanceler disse que o Brasil também têm cidadãos que aguardam para ser evacuados de Gaza, "enquanto assistimos com alarme à deterioração da situação humanitária na região, especialmente a escassez de suprimentos médicos, comida, água, eletricidade e combustível".

"Israel, como potência ocupante, tem responsabilidades específicas no âmbito dos direitos humanos internacionais e do direito humanitário. Estas devem ser cumpridas em qualquer circunstância", alertou o ministro.

Segundo Vieira, "o impasse no processo de paz, a estagnação social e econômica que prevalece há muito tempo em Gaza, a contínua expansão dos assentamentos israelenses nos territórios ocupados, a violência contra civis, a destruição de infraestrutura básica e as violações do status quo histórico dos locais sagrados em Jerusalém" se combinam para "gerar um ambiente social e cultural que põe em risco a solução de dois Estados e gera ódio, violência e extremismo".

O chanceler também criticou indiretamente os Estados Unidos pelo veto a uma resolução apresentada pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU em defesa de "pausas humanitárias" na guerra.

"Lamentavelmente, o Conselho de Segurança foi incapaz de aprovar uma resolução em 18 de outubro. Apesar disso, os muitos votos favoráveis que a resolução recebeu - 12 de um total de 15 - são evidência do amplo apoio político para uma ação veloz do Conselho. Acreditamos que essa visão é compartilhada pela maioria da comunidade internacional", ressaltou.

O ministro representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se recupera de uma cirurgia no quadril. (ANSA)

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