(ANSA) - O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, disse nesta segunda-feira (23) não ter informações sobre a possível libertação de 50 reféns com dupla nacionalidade mantidos em Gaza pelo grupo fundamentalista islâmico Hamas.
A declaração foi dada à margem de uma reunião de dois dias com os ministros das Relações Exteriores da União Europeia em Luxemburgo e rebate as notícias publicadas pelo jornal New York Times sobre a possível libertação pelo Hamas de cerca de 50 cidadãos.
"Isto é um boato da imprensa, ainda não temos notícias precisas sobre o assunto. Estamos trabalhando para isso. Nossa embaixada em Tel Aviv, nosso consulado em Jerusalém, nossa embaixada no Cairo e a nossa Unidade de Crise, estamos todos fortemente empenhados em alcançar o objetivo de libertar os reféns com o diálogo que continuamos a ter com os vários países", explicou.
Tajani revelou que falará sobre o tema nesta noite com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, que liderará a reunião do Conselho de Segurança da ONU. "Estamos 100% comprometidos com a libertação dos reféns e com a retirada dos italianos que estão em Gaza. Espero que o mais rápido possível", acrescentou.
Durante a entrevista, o ministro italiano também ressaltou que "é preciso haver uma desescalada no conflito com o fim do lançamento de foguetes pelos grupos militantes Hamas e Hezbollah", porque "não se pode permitir que o Hamas faça o que quer".
Tajani enfatizou ainda que Israel "tem o direito de se defender", mas que isso deve ser "de forma proporcional, sem atingir indiscriminadamente a população civil em Gaza".
Além disso, reforçou que o risco de o conflito se espalhar para além de Israel e Gaza "existe" e que estão em curso esforços para garantir que "isto não se torne uma realidade".
"Todos nós, os Estados Unidos e a UE, estamos a trabalhar na via diplomática e a Itália assumiu um papel de liderança. O objetivo é evitar o incêndio no Oriente Médio", declarou.
O chanceler italiano defendeu "pausas humanitárias para permitir a entrada de suprimentos em Gaza", mas explicou que "a trégua não pode significar renúncia por parte de Israel a sua própria defesa e se abster de atacar o Hamas enquanto o Hamas e o Hezbollah continuam a lançar foguetes contra o território israelense".
"A pausa humanitária diz respeito à proteção do povo palestino, a trégua neste momento corre o risco de proteger o Hamas".
Por fim, garantiu que o objetivo a ser alcançado, que é o da posição italiana, é o de "dois povos, dois estados, dando ao povo palestino uma perspectiva para acabar com a guerra".
O conflito entre Israel e Hamas teve início no último dia 7 de outubro, quando o grupo islâmico deflagrou uma ofensiva contra o território liderado pelo premiê Benjamin Netanyahu. Até o momento, mais de 6 mil pessoas morreram, sendo mais de 4,6 mil em Gaza e 1,4 mil em Israel. (ANSA).