(ANSA) - O governo italiano rebateu nesta quinta-feira (2) o grupo fundamentalista islâmico Hamas e disse que o país não faz parte da agressão liderada por Israel contra os militantes.
"É absolutamente falso dizer que a Itália é uma das partes na agressão contra o povo palestino", afirmou o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani.
A declaração responde ao comentário do ex-ministro da Saúde e atual chefe do Conselho de Relações Internacionais do Hamas, Basem Naim, que disse que o governo italiano escolheu mais uma vez "o lado direito da história" ao defender Israel.
"A Itália traz a paz, condenamos o ato terrorista do Hamas que causou a morte de centenas de civis israelenses inocentes", garantiu Tajani, enfatizado que "o Hamas é uma organização terrorista", mas seu país "sempre trabalhou pela paz" e está a "ajudar o povo palestino".
Tajani explicou que "é claro que estamos convencidos de que o Hamas já não tem nada a ver com os direitos do povo palestino" e reforçou que o grupo "é uma organização terrorista violenta que mata e causou uma situação de emergência ao lançar centenas de mísseis, talvez milhares, contra Israel".
"Neste momento, é imperativo trabalhar para a desescalada. Mas o Hamas é uma organização terrorista, não se pode dizer de forma alguma que esta organização possa ser o nosso interlocutor", disse o ministro.
Por fim, o chanceler ressaltou que a Itália é "uma força de manutenção da paz e estamos a fazer tudo o que podemos para ajudar a população civil, que nada tem a ver com o Hamas, que, pelo contrário, usa a população civil como escudo humano".
Israel
Paralelamente, as forças israelenses informaram que estão "no coração da faixa norte, dentro da cidade de Gaza, cercando-a e aprofundando a operação" contra o Hamas.
Além disso, o chefe do Estado-Maior israelense, Herzi Halevi, declarou que o reabastecimento de combustível seria permitido para uso em hospitais em Gaza.
"Até agora não trouxemos combustível. Monitoramos diariamente a situação na Faixa. Há mais de uma semana nos dizem que o combustível nos hospitais vai acabar, e não é o caso. O combustível será transferido, com supervisão, para os hospitais e faremos tudo para garantir que isso não sirva aos objetivos militares do Hamas", concluiu.
O Hamas, por sua vez, acusou Israel de atingir um edifício residencial no campo de refugiados de Bureij, no centro de Gaza, matando pelo menos 15 pessoas. Moradores relataram que dezenas de cidadãos ficaram presas sob os escombros.
Itália e Reino Unido
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, se reuniu nesta quinta-feira (2) com seu homólogo britânico, Rishi Sunak, no Reino Unido, para discutir, entre outros temas, a grave crise no Oriente Médio.
O encontro bilateral ocorreu à margem da Cúpula de Segurança de Inteligência Artificial, que acontece em Bletchley Park.
Em nota, o Palazzo Chigi, sede do governo italiano em Roma, explicou que "os dois líderes discutiram as principais questões bilaterais e internacionais".
Meloni e Sunak "partilharam o compromisso sobre como superar a grave crise no Oriente Médio", em decorrência da guerra entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas, "e a urgência de uma gestão ordenada da questão da migração".
Além disso, a premiê italiana confirmou que a Inteligência Artificial será um dos temas centrais da Presidência italiana do G7 no próximo ano.
Por sua vez, Sunak declarou durante coletiva de imprensa que alcançou "um acordo histórico com empresas do setor" para poder "testar a segurança de novos modelos de Inteligência Artificial antes de serem lançados". (ANSA).