(ANSA) - O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, rompeu o silêncio nesta sexta-feira (3) desde o início da guerra entre Israel e Hamas e afirmou que a ofensiva lançada pelo grupo fundamentalista islâmico no dia 7 de outubro foi "100% palestina".
A declaração foi dada durante discurso televisivo, por ocasião do "Festival dos Mártires caídos no caminho para Jerusalém", em referência aos cerca de 60 combatentes do Hezbollah mortos de 8 de outubro até hoje em confrontos com o Exército israelense no sul do Líbano.
"A sagrada e grande operação de 7 de outubro foi o resultado de uma decisão tomada 100% pelos palestinos. A decisão não foi partilhada com outras facções da resistência islâmica. Eles decidiram e executaram", afirmou.
Nasrallah ressaltou ainda que "a comunidade internacional continua tentando associar o Irã e seus planos militares aos ataques de 7 de outubro, mas essa foi uma operação 100% palestina, planejada e executada por palestinos para a causa palestina, sem relação alguma com quaisquer questões internacionais ou regionais".
De acordo com ele, a ofensiva deflagrada pelo Hamas contra Israel, na qual 1,4 mil israelenses morreram, "mostrou a fraqueza e a fragilidade" do país liderado por Benjamin Netanyahu "como nunca aconteceu antes". "Israel é uma entidade que está tremendo".
O líder do Hezbollah defendeu que "nossa batalha é plenamente legítima, do ponto de vista jurídico e religioso, contra o ocupante sionista" e explicou que "a política do inimigo é a de perseguição" e, portanto, é preciso "abrir os corredores humanitários" para "enfrentar a situação humanitária em Gaza".
Para ele, todas as vítimas de Gaza são "mártires, caminham para outro mundo enunciado pelos profetas, e agora estão onde não há ditaduras e não há sionistas".
Além disso, garantiu que o dever de seu grupo "é dar tudo, acreditar neste chamado" e está pronto "para sacrificar, para dar tudo".
Os ataques se intensificaram ontem, quando Israel respondeu com um amplo bombardeio a ofensiva do Hezbollah a 19 posições israelenses. Foguetes também atingiram a cidade de Kiryat Shmona, perto da fronteira.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, alertou que "a região é como um barril de pólvora" e "tudo é possível" se Israel não parar de atacar Gaza.
Por fim, Nasrallah garantiu que o Irã não controla os líderes dos grupos armados no Líbano e na Palestina, mas apoia a resistência deles. "O que aconteceu até agora é prova disso", afirmou, enfatizando que "uma batalha decisiva está sendo travada em Gaza, como nunca foi travada antes". (ANSA).
Leggi l'articolo completo su ANSA.it