Último momento

Itália se oferece para receber menores palestinos feridos

Informação foi divulgada pelo chanceler do país

Redazione Ansa

(ANSA) - O governo da premiê Giorgia Meloni anunciou nesta quinta-feira (9) que a Itália está pronta para tratar crianças palestinas de Gaza que necessitam de cuidados hospitalares.

A informação foi divulgada pelo vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, durante uma cúpula em Paris sobre ajuda ao território alvo de ataques em decorrência da guerra entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas, deflagrada desde 7 de outubro.

"Concretamente, gostaria de reiterar a disponibilidade da Itália, em cooperação com os nossos amigos dos Emirados Árabes Unidos, para acolher menores palestinos que necessitem de tratamento hospitalar", declarou o chanceler italiano.

Tajani lembrou que a Itália já enviou dois aviões militares transportando ajuda humanitária a Gaza para Al-Arish, no Egito, para distribuição através do Crescente Vermelho.

"Planejamos fortalecer ainda mais as nossas atividades humanitárias em nome dos palestinos", acrescentou ele, ressaltando que "é essencial enfatizar que o Hamas e a sua ideologia fanática não representam a população palestina".

Segundo ele, a comunidade internacional "deve refletir inequivocamente este fato" e "é imperativo proteger todos os civis em todos os momentos, em estrita conformidade com o direito humanitário internacional".

O chanceler italiano lembrou que "o governo italiano está a enviar um navio com capacidade de emergência e cirúrgica e mais tarde enviará, assim que as condições o permitirem, um hospital".

Além dos dois voos de ajuda humanitária, o ministro da Defesa, Guido Crosetto, já havia dito que um navio-hospital da Marinha está prestes a ser enviado para o Oriente Médio, no que descreveu como um "sinal concreto" de que a Itália está "próxima do povo palestino, não só nas palavras, mas também em ações".

"Atualmente, estamos a avaliar possíveis formas de intervenção e financiamento de atividades humanitárias de acordo com as condições de acesso à ajuda", explicou Tajani.

Para a Itália, é "de vital importância reforçar o nosso apoio à Autoridade Nacional Palestina", principalmente porque "a retomada de um processo político é a única perspectiva credível de uma solução duradoura para a crise e é essencial para fortalecer as aspirações à criação de dois Estados".

Por fim, Tajani enfatizou que "a procura da paz e da segurança no Oriente Médio será uma das principais prioridades da presidência italiana do G7" em 2024. 

Cúpula

O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou nesta quinta-feira (9) que a comunidade internacional precisa trabalhar por um cessar-fogo na guerra entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas.

A declaração foi dada durante a abertura da conferência humanitária sobre Gaza, no Palácio do Eliseu, em Paris, a qual conta com a presença de líderes do G20 e da União Europeia.

Israel, no entanto, não participa do evento, mas Macron conversou com o premiê Benjamin Netanyahu, segundo fontes da presidência francesa. A cúpula tem como objetivo desbloquear a ajuda humanitária à população civil da Faixa de Gaza, cuja entrega é quase impossível devido aos contínuos bombardeios israelenses após os ataques terroristas do Hamas de 7 de outubro.

"No futuro imediato, temos de trabalhar na proteção dos civis.Para fazer isso, precisamos de uma pausa humanitária muito rápida e de trabalhar para um cessar-fogo", apelou Macron em um forte apelo ao compromisso de um cessar-fogo entre Israel e Hamas.

O líder francês insistiu que 'isto é possível" 33 dias depois do início do conflito, que já provocou a morte de mais de 11 mil pessoas, e anunciou que seu governo vai destinar este ano mais 80 milhões de euros em ajuda humanitária aos palestinos, atingindo um total de 100 milhões de euros em 2023.

"Desde 7 de outubro, a França anunciou 20 milhões de euros de ajuda humanitária adicional e vamos aumentar esse esforço para 100 milhões de euros até 2023", afirmou.

Nos últimos dias, Macron manteve um diálogo com o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, e com o emir do Catar, Tamim ben Hamad Al-Thani, mas os países árabes não estão representados ao mais alto nível em Paris.

A Autoridade Nacional Palestina (ANP) enviou o seu primeiro-ministro, enquanto o Egito, que controla a passagem fronteiriça de Rafah, é representado por uma delegação ministerial.

Já a Itália enviou seu chanceler Antonio Tajani, que detalhou a importância que a presidência italiana do G7 em 2024 pretende atribuir à situação no Oriente Médio, com o objetivo de alcançar uma solução credível e duradoura para a crise.

Para Roma, a solução deve basear-se no apoio do G7 à ANP e na retomada de um processo político baseado no princípio de dois povos, dois Estados.

Por sua vez, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a passagem de ajuda humanitária para Gaza através de Rafah "é a prioridade", mas "outros pontos de passagem" também devem ser examinados.

Von der Leyen observou que também estão a ser mantidas conversas neste sentido com Chipre, para a criação de um corredor marítimo humanitário. Chipre é o Estado-membro da UE mais próximo da Faixa de Gaza, a uma distância de 200 milhas náuticas.

Netanyahu

Dezenas de pessoas, incluindo familiares de reféns, protestam nesta quinta-feira (9) em frente à casa de Jerusalém do bilionário Simon Falic, onde há algumas semanas mora o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Segundo o jornal Haaretz, os manifestantes estão retirando as barreiras erguidas pela polícia e se aproximam da entrada.

(ANSA).
   

Leggi l'articolo completo su ANSA.it