(ANSA) - Em meio ao cenário de contínua raiva e consternação pública pelo assassinato da jovem Giulia Cecchettin, a Itália foi palco de diversos atos neste sábado (25) por ocasião do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher.
Entre os eventos planejados, que ocorreram em todo o país, estiveram procissões, caminhadas, flash mobs, exames ginecológicos gratuitos e, principalmente, muito barulho para quebrar o silêncio sobre a violência de gênero.
Em Roma, por exemplo, milhares de pessoas se reuniram no Circus Maximus com rostos pintados de vermelho ou lenços no pescoço para recordar Cecchettin e outras várias mulheres vítimas de feminicídio. O ponto final do ato será a Piazza San Giovanni.
O presidente da Itália, Sergio Mattarella, afirmou que os recentes dramáticos acontecimentos, marcados pela morte de Cecchettin, causada pelo ex-namorado, "abalaram a consciência do país", além de mencionar o "fracasso" de uma "sociedade que é incapaz de promover relações de igual entre mulheres e homens".
"Uma sociedade que é inspirada em critérios civilizacionais não pode aceitar e tolerar o fluxo constante de ataques às mulheres. A dor incurável das famílias e comunidades feridas é o tormento de todos", disse o mandatário.
"Precisamos de um caminho em que mulheres e homens se encontrem para construir juntos uma humanidade melhor, na diferença e na solidariedade, conscientes de que não há amor sem respeito e sem aceitação da liberdade do outro", acrescentou.
O papa Francisco, por sua vez, definiu a violência contra as mulheres como uma "erva venenosa" que aflige a sociedade e que "deve ser eliminada".
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, escreveu em suas redes sociais que as mulheres são livres, mas não estão sozinhas.
"Somos livres e ninguém pode tirar nossa liberdade e pensar que estamos em sua posse. Quero dizer às mulheres italianas que não estão sozinhas e que quando tiverem medo, o 1522 é o número para ligar para obter ajuda imediata", afirmou a chefe de governo. (ANSA).