(ANSA) - O estudante italiano Filippo Turetta, preso por ser o principal suspeito do assassinato de sua ex-namorada Giulia Cecchettin no último dia 11 de novembro, chorou nesta terça-feira (28) durante seu interrogatório e confirmou as declarações feitas à polícia alemã, nas quais admite ter matado a jovem.
Com duração de cerca de 30 minutos, o interrogatório foi feito por um juiz de instrução preliminar na prisão de Montorio, em Verona, onde o jovem está detido desde sábado passado após ter sido extraditado da Alemanha.
Turetta usou seu direito de não responder os questionamentos, mas, de acordo com o seu advogado Givanni Caruso, ele confirmou as confissões feitas à polícia alemã sobre o assassinato de Cecchettin, com declarações espontâneas e admitindo a autoria do crime.
Nas confissões feitas à polícia alemã, logo depois de ter sido detido perto de Leipzig, em 19 de novembro, após mais de uma semana foragido, Turetta confessou aos agentes que o pararam em uma rodovia que havia matado sua namorada e que não teve coragem de se matar na sequência.
Por terem sido dadas às autoridades da Alemanha, as declarações não são válidas no processo italiano, mas agora com as falas "de confirmação", como classificou o advogado do jovem, ele admitiu o assassinato perante a juíza de Veneza Benedetta Vitolo.
O estudante de engenharia biomédica da Universidade de Pádua está sob proteção 24 horas por dia por sua própria segurança e não terá contato com presos suspeitos ou acusados de outros tipos de crimes, por enquanto.
O jovem estaria "quieto" e teria pedido livros e um encontro com seus pais depois do interrogatório. Ele ainda passará por avaliações psicológicas e psiquiátricas.
Turetta é atualmente investigado por sequestro e homicídio voluntário agravado, mas isso pode mudar para premeditação após os resultados da autópsia de 1º de dezembro e do exame do carro usado pelo suspeito no suposto sequestro e feminicídio.
O caso chocou a Itália, em parte devido à idade da vítima e por causa da brutalidade do assassinato.
Crime
Cecchettin e Turetta eram colegas no curso de engenharia biomédica na Universidade de Pádua e tiveram um relacionamento amoroso que foi encerrado pela jovem. No entanto, os dois continuaram amigos e até estudavam juntos, apesar dos repetidos ataques de ciúmes do homem.
Na noite de 11 de novembro, Turetta levou Cecchettin para passear e jantar em um shopping perto de Marghera, nos arredores de Veneza. Uma câmera de segurança de uma loja flagrou o suspeito agredindo a ex-namorada.
O corpo da jovem foi encontrado em uma ravina perto de um lago na região de Friuli Veneza Giulia e apresentava diversos ferimentos de faca no pescoço e na cabeça.
Turetta foi detido na cidade de Bad Durrenberg, perto de Leipzig, no domingo passado, um dia após a descoberta do corpo de Cecchetin. (ANSA).