(ANSA) - Os combates na Faixa de Gaza recomeçaram nesta sexta-feira (1º), depois de Israel ter acusado o Hamas de não cumprir o acordo de libertação de todas as mulheres raptadas e ter disparado foguetes em seu território.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram em seu canal do Telegram a retomada dos combates no enclave palestino, já que o grupo fundamentalista islâmico "violou a pausa operacional".
"Em meio a novos combates, sublinhamos que o governo israelense está empenhado em alcançar os objetivos da guerra: libertar os nossos reféns, eliminar o Hamas e garantir que Gaza não possa mais ameaçar o povo de Israel", disse o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Por outro lado, o Hamas acusou Israel de ser o responsável pelo fim da trégua, confirmando que se colocou à disposição para "trocar outros prisioneiros". O grupo ainda acusou o país de "rejeitar" todas as ofertas realizadas.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, notificou que ao menos 60 pessoas morreram na região desde a retomada dos ataques das forças israelenses. A pasta, contudo, não menciona se são combatentes ou civis.
Fontes palestinas revelaram que aviões de Israel lançaram panfletos em Khan Younis instando os moradores a se deslocarem para o sul, em direção a Rafah, pois a área passou a ser considerada perigosa.
Apesar da retomada das operações militares, as negociações para tentar estabelecer uma nova trégua em Gaza estão "continuando" entre os mediadores do Catar e do Egito.
Reações
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, lamentou o agravamento da situação entre Israel e o Hamas.
"Esperávamos que o cessar-fogo pudesse ser prorrogado, todos insistimos em mais alguns dias para permitir a ajuda aos civis de Gaza. Evidentemente, com o ataque de ontem e o lançamento de foguetes esta manhã, o Hamas deixou claro que não há possibilidade de diálogo", afirmou o político.
O Catar, um dos intermediadores do conflito no Oriente Médio, apelou por uma rápida ação internacional para colocar um ponto final à violência na Faixa de Gaza.
A Rússia, através do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, diz que "preferiria" uma extensão da trégua, enquanto o Irã, com uma declaração de seu ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, afirma que "não há outra solução senão manter o cessar-fogo".
A Unicef denunciou que o reinício das operações militares foi uma decisão para que a "matança de crianças começasse novamente", já António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), "lamentou" o "regresso das hostilidades".
Por fim, a Cruz Vermelha destacou que a retomada dos combates no enclave palestino, após uma trégua de uma semana, trouxe de volta uma "situação de pesadelo" ao território. (ANSA).