(ANSA) - Um Centro de Permanência para Repatriamento (CPR) em Milão, na Itália, está sob investigação pelas condições de vida dos migrantes que são enviados para o local.
A empresa que gerencia o Centro, Martinina Srl, com sede em Salerno, é acusada de não fornecer os serviços estipulados no contrato, desde assistência médica até a gestão da cantina e serviços de limpeza.
A investigação também sugere a apresentação de documentação falsa para ganhar a licitação. Além da empresa, seu administrador está entre os investigados.
O relatório de fiscalização diz que a unidade de saúde, com médicos e enfermeiros, é “absolutamente” inadequada, “falta medicamentos” e suporte para residentes com epilepsia, hepatite, tumor cerebral” e outras patologias graves.
Há ainda “funcionários que não conhecem os idiomas" dos moradores, que vivem em instalações com quartos e banheiros "sujos" "em condições vergonhosas" e a quem é servida "comida fedorenta e estragada".
Segundo políticos de oposição, a situação ruim do local é conhecida e denunciada há tempo. "Os atuais acontecimentos confirmam nossas preocupações sobre a gestão do Centro de Permanência para Repatriamento na Via Corelli, incluindo os procedimentos de prestação de serviços e o tratamento dos migrantes", afirmou a senadora da Aliança Verde/Esquerda Italiana, Ilaria Cucchi.
Ela afirmou que os Centros de Permanência para Repatriamento são falhos e caros, defendendo a sua abolição.
"Já há muito tempo peço o fechamento do CPR da Via Corelli, como também fez o conselho municipal de Milão há meses. As notícias apenas confirmam as sérias deficiências já evidenciadas no passado. Estamos diante de um espaço opaco, onde os direitos humanos são desconsiderados", comentou Pierfrancesco Majorino, líder do Partido Democrático (Pd) na Lombardia.
As investigações indicam a não realização de exames médicos especializados para os migrantes, escassez de medicamentos e inadequação nos serviços psicológicos e psiquiátricos. (ANSA).