(ANSA) - Uma multidão se reuniu em uma basílica de Pádua, no norte da Itália, nesta terça-feira (5) para acompanhar o funeral de Giulia Cecchettin, estudante de 22 anos assassinada pelo ex-namorado em 11 de novembro, em um crime que provocou comoção em todo o país e colocou a violência de gênero no centro do debate nacional.
A cerimônia ocorreu na Basílica de Santa Giustina e contou com a presença de milhares de pessoas, a maioria delas aglomeradas do lado de fora para assistir à despedida por meio de telões. Emissoras de TV públicas e privadas, como Rai e Canale5, também transmitiram o funeral ao vivo.
"Não podemos mais consentir atos de opressão e de abuso. É preciso atuar para tentar transformar a cultura que os torna possíveis", disse o bispo de Pádua, Claudio Cipolla, em sua homilia. O religioso também pediu "paz" para o coração de Filippo Turetta, ex-namorado de Cecchettin e que admitiu o homicídio.
Já o presidente da República, Sergio Mattarella, citou o caso durante um evento em Roma e disse que "o valor e o respeito à vida devem ser reafirmados com determinação em todas as dimensões".
O funeral foi acompanhado por bandeiras a meio mastro em todos os edifícios do governo regional do Vêneto e por um dia de aulas suspensas na Universidade de Pádua, onde Cecchettin estudava para se formar em engenharia biomédica.
"Hoje, no dia do funeral de Giulia Cecchettin, peço a todo o Vêneto um sinal forte e claro contra a violência de gênero", escreveu nas redes sociais o governador Luca Zaia.
A estudante foi morta a facadas na noite de 11 de novembro, mas seu corpo só foi encontrado uma semana depois, jogado perto de um lago no norte da Itália. Após o crime, Turetta fugiu para a Alemanha e acabou preso em 19 de novembro.
Atualmente, o jovem de 22 anos cumpre prisão preventiva na penitenciária de Verona e arrisca ser condenado à pena perpétua.
Segundo relatos de pessoas próximas à vítima, Turetta tinha um ciúme obsessivo, principal motivo para o fim do relacionamento com Cecchettin, em agosto passado, mas a estudante continuava a vê-lo por se sentir culpada. (ANSA)
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