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Único condenado por morte de Meredith Kercher é acusado de abuso na Itália

Rudy Guede teria cometido violência contra ex-namorada de 20 anos

Guede durante lançamento de seu livro em novembro de 2022

Redazione Ansa

(ANSA) - Libertado da prisão em novembro de 2021, o marfinense Rudy Guede, único condenado pelo assassinato da estudante britânica Meredith Kercher em um caso que chocou a Itália em 2007, voltou aos holofotes nesta quarta-feira (6) após ser acusado de abusar sua ex-namorada, de 20 anos.

Um juiz de investigações preliminares em Viterbo, na Itália, emitiu uma ordem de restrição contra o marfinense de 36 anos e determinou que ele permaneça afastado da vítima, cuja identidade não foi revelada, por pelo menos 500 metros de distância.

As autoridades investigam Guede por supostamente ter cometido os crimes de lesões corporais, maus-tratos e violência.

O Ministério Público chegou a pediu que ele fosse colocado em prisão domiciliar, mas o juiz responsável pelo caso aprovou apenas o uso de uma tornozeleira eletrônica.

Guede foi libertado da prisão em novembro de 2021 após cumprir quase 14 anos de uma pena de 16 anos pelo assassinato em 1º de novembro de 2007 da estudante britânica em um apartamento em Perugia, o qual ela dividia com a americana Amanda Knox.

O corpo da jovem foi encontrado degolado, seminu e com uma série de feridas, e o caso logo chamou atenção pelas circunstâncias que o envolviam.

Ao lado de Guede, Knox e seu então namorado, o italiano Raffaele Sollecito, foram acusados de matar Kercher em meio a discussões sobre a limpeza da casa e jogos sexuais que fugiram do controle - hipótese descartada posteriormente.

A beleza da americana também foi outro chamariz para o homicídio. Na Itália, ela ficou conhecida como "a diaba com rosto de anjo".

O ex-casal chegou a ser sentenciado após o DNA de Knox ter sido encontrado em uma faca com o sangue da vítima e ficou preso na Itália até 2011, quando a Corte de Cassação, tribunal supremo do país, anulou o processo por falhas na perícia.

No mesmo dia em que foi libertada, a americana voltou para a casa de sua família, em Seattle. No fim de 2013, a Corte de Cassação determinou a reabertura do caso, já que a inocência dela e de Sollecito não tinha sido comprovada, culminando em uma sentença condenatória do Tribunal de Apelação de Florença em janeiro do ano seguinte. Mas a decisão foi novamente derrubada pela Corte de Cassação, que não viu indícios de participação de Knox e Sollecito no assassinato e os absolveu em definitivo.

Já Guede foi condenado em um processo separado, já que ele dispensou a apresentação de testemunhas de defesa, por ter invadido a casa e matado Kercher, mas ele alega que conhecia a britânica e que estava na residência a convite dela.

Segundo sua versão, o homicídio ocorreu enquanto ele estava no banheiro, após uma discussão entre Kercher e Knox. O crime atribuído a Guede foi o de "colaboração em homicídio", mas a Justiça italiana nunca determinou com quem ele colaborou.

Hoje, Knox lamentou o caso envolvendo a ex-companheira de Guede: "Sinto muito pela ex-companheira dele. Que assustador", disse ela em entrevista à ANSA, especificando, no entanto, que não quer entrar no mérito da questão.

"Espero que ela receba o apoio de que precisa", concluiu a americana. (ANSA).

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