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Pais de paquistanesa assassinada na Itália pegam prisão perpétua

Saman Abbas foi morta por recusar um casamento arranjado

Redazione Ansa

(ANSA) - Shabbar Abbas e Nazia Shaheen, pais da jovem paquistanesa Saman, assassinada na Itália em 2021 depois de recusar um casamento arranjado, foram condenados nesta terça-feira (19) à prisão perpétua por matar a própria filha.

O dinamarquês Danish Hasnain, tio de Saman, pegou 14 anos de detenção por também ter participado da morte da paquistanesa, de acordo com o Tribunal de Justiça de Reggio Emilia.

Ikram Ijaz e Nomanhulaq Nomanhulaq, primos da jovem de 18 anos, também eram investigados, mas foram absolvidos das acusações. Eles deixaram o tribunal chorando e abraçando seus advogados.

Na audiência, Shabbar negou ter matado a própria filha e até chorou quando recordou de Saman. O paquistanês falou por cerca de uma hora e 40 minutos.

"Nunca na minha vida pensei em matar minha filha. Nem mesmo os animais fazem essas coisas. Trouxe até aqui o meu coração e o meu sangue, não mato crianças e não sou um animal", comentou o paquistanês.

O irmão e o namorado de Saman, que foram partes civis no julgamento, não receberam nenhuma indenização pelo assassinato da jovem paquistanesa.

Entenda o caso

Saman foi assassinada por não querer fazer um casamento arranjado, após ter denunciado a família em outubro de 2020 e ir para um centro de acolhimento. Mensagens enviadas pela mãe, dizendo que os familiares desistiram do matrimônio, fizeram com que ela retornasse para casa em 31 de abril de 2021.

O dia foi o último em que Saman foi vista com vida. Entre a noite do dia 31 e a madrugada de 1º de junho, câmeras de segurança próximas à residência da família mostraram o tio da jovem, Hasnain, e seus primos, Ijaz e Nomanhulaq com um grande saco de lixo nas costas, além de pás.

As autoridades italianas encontraram o cadáver da jovem só em novembro de 2022, e sua identidade foi confirmada em janeiro deste ano. (ANSA).
   

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