(ANSA) - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta terça-feira (19) que 2023 foi um ano difícil, mas que a Rússia "não obteve nenhum resultado", e garantiu que seu país não está perdendo a guerra.
As declarações foram dadas na coletiva de imprensa de final de ano, que ocorre em um momento delicado, com a Ucrânia em guerra há 22 meses, os militares sob pressão dos contínuos ataques russos, e interrupções na ajuda financeira de aliados.
Apesar do otimismo, Zelensky também disse que "ninguém sabe quando acabará a guerra".
O presidente saudou "a grande vitória dos ucranianos no Mar Negro contra a Marinha russa", agradecendo aos soldados ucranianos que combatem os invasores há quase dois anos.
"A Marinha da Rússia não é mais capaz de impedir que a Ucrânia faça comércio no Mar Negro, e foi obrigada a retirar suas embarcações de guerra da Crimeia ocupada", disse.
Segundo o líder de Kiev, o Exército da Ucrânia pediu que fossem mobilizadas nas Forças Armadas mais 450 mil ou 500 mil pessoas, mas ele afirma que "a questão é muito delicada".
Zelensky acrescentou que uma mobilização tão grande seria muito cara: "Onde conseguiremos os fundos?", questionou, antes de se dizer "confiante" de que os Estados Unidos e a Europa não decepcionarão a Ucrânia em termos de apoio.
Na última semana, no entanto, Zelensky foi aos EUA, mas não conseguiu convencer o Congresso americano de aprovar o pacote de apoio de US$ 60 bilhões.
Zelensky, no entanto, comemorou ao dizer que o país receberá "diversos" novos sistemas de defesa aérea Patriot dos EUA: "Não vou dizer o número, mas vários serão enviados para proteger nosso país durante o inverno".
Já em Bruxelas, o líder húngaro, Viktor Orbán, bloqueou cerca de 50 bilhões de euros em ajudas destinados a Kiev.
Sobre isso, Zelensky disse que gostaria de encontrá-lo para "encontrar soluções" para suas divergências.
Ainda sobre a Europa, ele voltou a comemorar a abertura de negociações para o ingresso do país no bloco: "A Ucrânia será a próxima estrela na bandeira".
Ainda durante a coletiva, Zelensky excluiu a possibilidade de realização de eleições durante a guerra.
Ele também afirmou que um retorno de Donald Trump à Casa Branca poderia ter um "forte impacto" no curso do conflito: "Se as políticas do próximo presidente forem diferentes, quem quer que seja, políticas mais frias ou mais frugais, creio que teriam um impacto muito grande no curso da guerra".
"Mas tenho certeza de que os Estados Unidos não nos trairão", acrescentou. (ANSA).