(ANSA) - Por Patrizio Nissirio - Moscou está adotando uma postura cada vez mais firme contra dissidentes: um tribunal condenou a nove anos de prisão Ksenia Fadeyeva, figura política que liderava a organização, agora banida, do líder da oposição Alexei Navalny na cidade siberiana de Tomsk.
Os seguidores de Navalny relatam que esta é a mais recente de uma série de duras sentenças contra a oposição russa, com o Kremlin intensificando a repressão desde o início da operação militar na Ucrânia em 2022.
O canal de Telegram dos apoiadores de Navalny afirmou: "O 'juiz' Khudyakov proferiu uma sentença de nove anos contra Ksenia Fadeyeva por extremismo”, e anunciou um recurso.
Advogados e apoiadores denunciaram o julgamento como uma farsa. "O que aconteceu neste processo não tem nada a ver com justiça", afirmou o advogado Semyon Vodnev em um vídeo publicado pelo veículo de mídia independente Sota, acrescentando que a defesa foi "vítima de bullying".
Vodnev chamou a sentença de "ilegal, infundada e injusta", mas disse que precisa se abster de expressar sua opinião: “Caso contrário, acabarei no mesmo banco dos réus de Ksenia".
Fadeeva, de 31 anos, chefiava o escritório político de Navalny em Tomsk, onde o líder da oposição foi envenenado em agosto de 2020 durante uma campanha eleitoral.
Ela foi eleita para o conselho regional de Tomsk em 2020, um feito saudado como uma vitória da oposição russa contra o governo do presidente Vladimir Putin.
Em 2021, as autoridades rotularam o movimento de Navalny, a Fundação Anticorrupção, como "organização extremista", abrindo as portas da prisão para seus membros e apoiadores.
Muitos dos aliados de Navalny deixaram a Rússia, mas Fadeyeva se recusou a fugir e foi presa em dezembro de 2021 sob a acusação de liderar um grupo "extremista".
A Fundação Anticorrupção afirmou: "Ela não cometeu nenhum crime, é uma política corajosa que lutou contra o regime corrupto de Putin".
Navalny mobilizou enormes protestos em todo o país na Rússia antes de ser preso em 2021 sob a acusação de fraude, após retornar da Alemanha, onde se recuperava do envenenamento.
Sua sentença foi agravada com mais 19 anos de prisão por extremismo em 2023, e ele foi recentemente transferido para uma colônia penal severa no Ártico russo. Vários líderes regionais da Fundação Anticorrupção também foram presos.
(ANSA).