(ANSA) - O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) realizou nesta terça-feira (23) mais uma reunião marcada por embates a respeito do conflito no Oriente Médio entre Israel e Hamas.
Em geral, Israel segue em situação de isolamento, sobretudo pela rejeição do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, à solução de dois Estados, apoiada também pelos Estados Unidos e pela Europa.
“Um fim duradouro do conflito pode ocorrer apenas através de uma solução de dois Estados. A rejeição máxima do governo israelense é inaceitável e prolongaria indefinidamente um conflito que se tornou uma grave ameaça para a paz e a segurança globais”, afirmou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.
Ele destacou que negar o direito da população palestina a um Estado arrisca exacerbar a polarização e encorajar extremismos: “O papel da comunidade internacional é claro. Devemos nos unir para apoiar israelenses e palestinos para fazer avançar um processo significativo de paz”.
Reforçando o apelo por um cessar-fogo humanitário imediato, Guterres ainda denunciou que “toda a população de Gaza está sofrendo uma destruição em uma escala e a uma velocidade sem iguais na história recente”.
A subsecretária americana de Estado para Segurança Civil, Democracia e Direitos Humanos, Uzra Zeya, sustentou que, para o país, “é preciso seguir o caminho rumo a um Estado palestino”.
“O objetivo é um futuro onde Gaza não será mais usada como base para o terrorismo, os palestinos terão um Estado próprio, e Israel poderá viver em segurança. É o único caminho”, afirmou.
O posicionamento não freou as críticas da Rússia, representada na reunião por seu chanceler, Sergey Lavrov, que afirmou que os EUA impediram o Conselho de caminhar no sentido do fim das violências: “Salvar a vida dos palestinos não está entre suas prioridades”.
“O Conselho deve encontrar um caminho rumo à criação de um Estado palestino, não apenas afirmar que deve existir. E os palestinos deveriam decidir sozinhos o próprio futuro. Creio que isso seja o que nossos colegas ocidentais chamam de democracia”, provocou.
O ministro das Relações Exteriores palestino, Ryad al-Maliki, afirmou: “Há somente dois caminhos: um que começa com a liberdade palestina e leva paz e segurança à nossa região, e uma que a nega e leva a conflito e violência. O mundo árabe escolheu a primeira, mas Netanyahu quer prevenir a paz e a segurança na região”.
O embaixador israelense na ONU respondeu reforçando a oposição a um cessar-fogo: “Eis o que aconteceria: o Hamas continuaria no poder, e Israel teria que enfrentar um novo Holocausto. Enquanto o Hamas estiver no poder, temos diante de nós um futuro obscuro”.
Itália
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, reforçou nesta terça-feira (23) que viajará ao Oriente Médio a partir desta quarta (24) para “levar uma mensagem de paz”.
“É preciso ser determinado, persistente e paciente, garantir que, no final, a diplomacia prevaleça. Estou partindo para o Líbano, quarta à noite estarei em Israel, depois em Ramallah, tentando levar mensagens de paz", declarou, em entrevista ao programa Avanti Popolo, na TV Rai3.
"O único caminho viável é o dos dois Estados; também é possível passar por uma fase de transição sob liderança da ONU", acrescentou.
(ANSA).