(ANSA) - O Hamas rejeitou nesta terça-feira (23) a proposta de Israel para um cessar-fogo de dois meses em troca da libertação dos reféns israelenses em Gaza.
A informação foi dada anonimamente por uma autoridade egípcia à agência Associated Press.
Segundo a fonte, o grupo insistiu que não serão liberados reféns enquanto Israel não interromper a ofensiva e sair da Faixa de Gaza.
A proposta também previa a libertação de presos palestinos dos cárceres de Israel, e autorização para que líderes do Hamas em Gaza se mudassem para outros países.
Também nesta terça, as "Brigadas Ezzedin al-Qassam", o braço armado do Hamas, reivindicaram o ataque de segunda-feira (22) que matou 21 soldados israelenses.
No Telegram, a ala disse ter “mirado uma casa onde uma força de engenharia sionista estava entrincheirada” e que foi usado um “foguete antitanque que levou à explosão de munições e equipamentos técnicos, derrubando a casa completamente”.
Trata-se do incidente mais mortal para o Exército de Israel desde o início da incursão terrestre no enclave palestino.
O ataque ocorreu em uma área a apenas 600 metros da fronteira com Israel, durante uma operação para destruir estruturas do Hamas e permitir que os residentes das zonas israelenses nos arredores da Faixa de Gaza retornassem para casa.
"Vivemos um dos dias mais duros desde o início do conflito", disse o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, prometendo "combater até a vitória total" e solidarizando-se com as famílias dos militares.
Ao mesmo tempo, o Ministério da Saúde de Gaza, território controlado pelo Hamas, disse que o número de palestinos mortos na ofensiva israelense chegou a 25.490, em sua maioria mulheres e crianças.
União Europeia
O chefe da diplomacia da União Europeia disse nesta terça-feira que Israel "não tem nenhum direito" de vetar a criação de um Estado para o povo palestino.
A declaração chega dois dias depois de o premiê Benjamin Netanyahu ter dito que, enquanto ele estiver no governo, Israel não permitirá o surgimento de uma Palestina que signifique um "perigo existencial" para o país judeu.
"Nós precisamos começar a falar de maneira automática sobre a aplicação dos dois Estados. E uma coisa precisa estar clara: Israel não tem nenhum direito de veto à autodeterminação do povo palestino, reconhecida pelas Nações Unidas", afirmou o alto representante da UE para Política Externa, Josep Borrell, em uma coletiva de imprensa em Bruxelas.
Itália
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, reconheceu que, em uma guerra, "as partes em combate não podem fazer escolhas que pareçam concessões".
O chanceler, porém, ressaltou que Roma "impulsiona a solução de dois povos, dois Estados": "Esperamos que, no fim das contas, com um lento trabalho diplomático, uma ação forte dos americanos e dos países árabes para convencer os palestinos, se possa alcançar o objetivo pelo qual todos nós trabalhamos”.
(ANSA).