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Número de mortos em Gaza sobe para 26.257

Redazione Ansa

(ANSA) - Subiu para 26.257 o total de mortos em Gaza desde o início da reação de Israel ao ataque do Hamas em 7 de outubro passado.

O número de feridos subiu para 64.797, segundo os dados do balanço mais recente divulgado pelo Ministério da Saúde palestino.

O Exército de Israel afirmou neste sábado (27) que continua suas operações em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, realizando ataques direcionados a alvos considerados terroristas, incluindo um depósito de armas com grande quantidade de munições, rifles e instrumentos tecnológicos.

As forças israelenses estimaram que, na última semana, mais de 100 terroristas foram mortos em Khan Yunis, onde as forças israelenses estão atuando principalmente no setor ocidental da cidade, considerada uma fortaleza do Hamas.

As operações incluíram ataques a células antitanque, destruição de infraestruturas e localização de armas.

Ao mesmo tempo, a ONG Médicos Sem Fronteiras informou que a Faixa de Gaza não conta mais com nenhuma unidade de saúde capaz de fornecer cuidados médicos vitais em caso de grande número de feridos.

O cenário foi delineado a partir de ordens de evacuação de hospitais como o Nasser, que agora conta com capacidade cirúrgica mínima e escassez de suprimentos. Ainda há entre 300 e 350 pacientes que não puderam ser evacuados devido ao risco de vida por ferimentos de guerra e à falta de ambulâncias.

A organização pediu um cessar-fogo imediato e que os hospitais sejam espaços protegidos, permitindo que a população tenha acesso a cuidados médicos e os profissionais de saúde possam fornecê-los, além de facilitação de entrega de suprimentos humanitários.

Haia

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reunirá na quarta-feira (31) para analisar a decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ), tribunal da ONU com sede em Haia, na Holanda, que pediu que Israel evite um genocídio em Gaza.

O encontro foi solicitado pela Argélia "com o objetivo de dar efeito executivo à decisão sobre as medidas provisórias impostas à ocupação israelense”.

Na última sexta-feira (26), a Corte rejeitou um pedido de Israel para arquivar a denúncia de genocídio na Faixa de Gaza apresentada pela África do Sul.

Segundo a juíza Joan Donoghue, "alguns atos parecem se enquadrar na convenção sobre genocídio", o que justificaria o prosseguimento do caso. O tribunal ordenou que Israel "tome todas as medidas para evitar quaisquer atos de genocídio" no enclave.

O país judeu também terá que adotar ações "imediatas e eficazes" para permitir o fornecimento de assistência humanitária em Gaza e preservar eventuais provas de genocídio contra palestinos.

Por outro lado, o tribunal pediu a libertação "imediata e incondicional" de todos os reféns israelenses. Não há prazo para uma decisão sobre o mérito da denúncia.

A ex-diplomata suíça Carla del Ponte, que já foi procuradora-geral do tribunal, explicou em uma entrevista ao jornal italiano La Repubblica que a corte "trata preventivamente apenas do genocídio e está advertindo Israel sobre a necessidade de tomar todas as medidas necessárias para evitar que seus militares cometam atos que configurem esse grave crime".

Ela esclareceu que o juízo não está acusando diretamente Israel de perpetrar um genocídio, mas alertando sobre a obrigação de não adotar comportamentos que configurariam o crime.

Ainda na sexta-feira, o governo do Brasil solicitou a "imediata observância" da decisão. Em comunicado, as autoridades brasileiras destacaram a "importância do respeito pleno e imediato" à decisão do principal órgão judicial da ONU, considerando-a "juridicamente vinculante".

O Brasil afirmou acreditar que as medidas cautelares contribuirão para garantir o respeito à Convenção sobre genocídio, assinada em 1948 após o Holocausto, e a proteção dos direitos do povo palestino.

O governo brasileiro reiterou ainda sua defesa de um Estado palestino economicamente viável, convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e reconhecidas internacionalmente.

No comunicado oficial, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também pediu novamente o "libertação imediata dos restantes reféns nas mãos do Hamas".

Unrwa

Diversos países decidiram suspender seus financiamentos à Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (Unrwa, em inglês), após a instituição ter anunciado nesta sexta-feira (26) que demitiu "vários funcionários" acusados de estarem envolvidos no ataque deflagrado pelo grupo fundamentalista islâmico Hamas contra Israel no dia 7 de outubro. 

Neste sábado (27), o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, afirmou que o país suspendeu a ajuda e enfatizou o compromisso com a assistência humanitária ao povo palestino, ao mesmo tempo protegendo a segurança de Israel.

Após um primeiro anúncio dos Estados Unidos, o Canadá também ordenou uma “pausa temporária nos repasses”, assim como a Austrália.

O chanceler israelense, Israel Katz, agradeceu aos países pela decisão e pediu à ONU que “tome ações imediatas contra a liderança da Unrwa”.

“A Unrwa deve pagar um preço por suas ações. A Unrwa não é a solução. Israel garantirá que a agência não faça parte do pós-guerra em Gaza", afirmou Katz, acrescentando que trabalhará para obter apoio dos EUA, da União Europeia e de outras nações para interromper as atividades.

Já o Hamas, em canais do Telegram, pediu à ONU e a instituições internacionais que “não cedam às ameaças e chantagens de Israel”, destacando a importância do papel da agência no fornecimento de ajuda ao povo palestino e na documentação de crimes de guerra contra os palestinos.

Itália

O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, em discurso neste sábado (27), classificou o “antissemitismo e o Hamas” como os novos “SS e Gestapo” (forças policiais nazistas), falando em “perseguição científica” aos judeus.

No entanto, ele ressaltou: “Devemos garantir o respeito aos direitos da população civil palestina, há muitas vítimas. Não são militantes do Hamas, e eu disse isso a Israel”.

"A população civil deve ser sempre preservada. Estamos fazendo tudo o que podemos, e para ajudar a população civil palestina, construiremos um hospital de campanha, provavelmente do lado egípcio na fronteira de Rafah, para tratar as crianças palestinas feridas”, disse.

Após passar dois dias em visita a Israel, Líbano e Cisjordânia, Tajani voltou a destacar o acordo que permitirá que cerca de 100 crianças palestinas feridas saiam da Faixa de Gaza para receber tratamento na Itália.

"Esta é uma operação humanitária que a Itália conduziu em conjunto com Israel para ajudar o povo palestino que sofre, ou seja, não o Hamas, mas as vítimas civis", disse.

"Existem iniciativas para enfrentar o delicado tema da libertação de reféns e da entrada de ajuda à população civil. Espero que tenham sucesso. São sempre coisas muito complicadas que requerem tempo e sigilo. Mas quando têm sucesso, trazem resultados positivos, aliviando pelo menos o sofrimento da população", afirmou.

O chanceler disse que, durante a viagem, viu imagens “de um recém-nascido sendo colocado em um forno crematório dentro de sua própria casa, enquanto a mãe era violentada por vinte terroristas. Em seguida, ela foi morta enquanto via seu filho queimando vivo no forno”: “Essas são coisas que ninguém jamais fez”.

(ANSA).
   

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