(ANSA) - A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que apesar de as relações com a Itália estarem “congeladas”, "ninguém poderá destruir as sólidas bases” entre os dois países.
A declaração foi dada durante uma coletiva de imprensa, demonstrando a Roma a dificuldade de Moscou em vê-la no grupo de países “não amigos”, como diz a terminologia das autoridades russas.
A porta-voz destacou que o que torna as relações especiais são os "mecanismos institucionais bem estabelecidos", que, por enquanto, "foram completamente suspensos", mas também o interesse mútuo e, não menos importante, "a simpatia recíproca entre os dois povos".
Segundo a porta-voz russa, "não há dúvida de que o povo italiano, com sua sabedoria inata, visão de futuro e bom senso, em breve perceberá como é contraproducente a atual linha destrutiva anti russa".
As declarações lembraram as do chanceler Sergey Lavrov em 2023, quando afirmou que “foi uma surpresa ver a Itália se tornar um dos líderes no front anti russo".
"Eu gosto dos italianos, são muito parecidos com nossos povos do sul, do Cáucaso, e os russos gostam do modo de vida italiano. Não consigo vê-los como pessoas que constroem muros e barreiras", disse, na ocasião.
O posicionamento abre a esperança de que a Itália um dia contribua para reaproximar a Rússia do Ocidente, como ocorreu na Guerra Fria, quando a Eni assinou contratos com Moscou em 1950 e então presidente Giovanni Gronchi tornou-se, em 1960, o primeiro chefe de Estado ocidental a visitar a União Soviética.
(ANSA).