(ANSA) - O número de mortes provocadas pelos incêndios florestais que atingem o Chile desde a última sexta-feira (2) subiu para 122, enquanto as equipes de resgate ainda tentam combater as chamas nesta segunda (5).
O novo balanço foi divulgado pelas autoridades locais, que explicaram que os bombeiros ainda estão trabalhando em cerca de 40 focos ainda ativos e que duas pessoas suspeitas de terem provocado um dos principais focos do incêndio foram detidas na região de Viña del Mar.
A informação foi confirmada pelo contra-almirante Daniel Muñoz, que especificou que a dupla foi interceptada durante uma patrulha aérea sobre o jardim botânico da cidade litorânea que pegou fogo.
Muñoz destacou que as Forças Armadas reforçaram o patrulhamento nas últimas horas para evitar também saques nas regiões afetadas.
Segundo informou o subsecretário do Interior, Manuel Monsalve, apenas 32 das 112 vítimas confirmadas foram identificadas, enquanto o Corpo Florestal (Conaf) ainda informa cinco focos ativos na região de Valparaíso e sete na região de O'Higgins.
A diretora do Serviço Médico Legal (SML), Marisol Prado, destacou as dificuldades que a perícia enfrenta na identificação dos corpos e reforçou que o balanço total ainda é provisório.
De acordo com Prado, serão solicitadas amostras de DNA aos familiares dos desaparecidos para tentar identificar os corpos das vítimas. “Estamos fazendo identificações através de dados biométricos e agora faremos também através do DNA”, concluiu.
Em relação à situação das casas danificadas ou destruídas por causa dos incêndios, Monsalve especificou que, dada a extensão da tragédia, "só foi possível fazer uma projeção através de sobrevoos realizados nas áreas afetadas".
"Só no município de Viña del Mar são estimadas 12.122 casas com danos de graus variados, enquanto que em Quilpué são estimadas 2.701", relatou o porta-voz, acrescentando que há potencialmente 31.703 desabrigados em Viña del Mar e 7.825 em Quilpué.
Ao todo, foram registrados 165 focos de incêndio a nível nacional, sendo 40 violentos, desde o último domingo. O Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (Senapred) anunciou ainda que no final do dia de ontem ocorreram três grandes incêndios florestais fora de controle: no Complexo Las Tablas - Reserva Peñuelas (8,5 mil hectares de área afetada); em Lo Moscoso (1,5 mil hectares envolvidos) e em Diga La Luz (120 hectares de vegetação florestal destruída).
Segundo o presidente do Chile, Gabriel Boric, esta é uma "tragédia de grande magnitude", considerada o pior desastre natural do país desde 2010, quando um terremoto deixou cerca de 500 mortos.
Os incêndios florestais ganharam força no território chileno na última sexta-feira (2), atingindo principalmente as regiões de Viña del Mar e Valparaíso. Os ventos fortes, porém, estão dificultando o combate às chamas e fazendo o fogo se alastrar.
Em publicação no X (antigo Twitter), o governo italiano prestou "toda a nossa solidariedade à nação chilena neste momento de luto nacional". "Estamos próximos dos familiares das vítimas afetadas pela terrível devastação dos incêndios na região de Valparaíso", diz o texto do Ministério das Relações Exteriores.
Ontem, o papa Francisco já havia lamentado a tragédia e chegou a rezar pelas vítimas dos incêndios. (ANSA).