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ONU nomeia comissão que investigará agência para palestinos

Funcionários foram demitidos por suposta ligação com Hamas

Palestinos deslocados em Rafah, sul de Gaza

Redazione Ansa

(ANSA) - A Organização das Nações Unidas (ONU) nomeou nesta segunda-feira (5) uma comissão independente para avaliar a neutralidade da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (Unrwa, em inglês).

No último dia 26, a instituição demitiu funcionários por suspeita de ligação com os atentados do Hamas em Israel em 7 de outubro.

Uma investigação apontou ao menos 12 dependentes que seriam ligados a organizações envolvidas nos ataques.

O grupo, nomeado pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, será coordenado pela ex-chanceler francesa Catherine Colonna em colaboração com três centros de pesquisa (Instituto Raoul Wallenberg, da Suíça; Instituto Chr. Michelsen, na Noruega; e o Instituto Dinamarquês para os Direitos Humanos).

No relatório final a comissão deverá, se necessário, submeter propostas para “melhorar os mecanismos ativos” para o funcionamento da organização.

Os membros deverão avaliar se a agência está fazendo tudo em seu poder para  “garantir sua neutralidade e para responder às acusações de graves violações caso ocorram”.

Guterres observou que as acusações ocorreram em um momento em que a organização está “trabalhando em condições extremamente difíceis para fornecer assistência vital aos 2 milhões de pessoas na Faixa de Gaza que dependem dela para sua sobrevivência, em uma das maiores e mais complexas crises humanitárias do mundo”.

A revisão externa ocorrerá paralelamente a uma investigação já em andamento pelo Escritório de Serviços de Supervisão Interna (Essi).

Os trabalhos começarão no próximo dia 14 de fevereiro, e a comissão deverá apresentar um relatório intermediário no fim de março, e o relatório definitivo no fim de abril.

Em meio a acusações de Israel, Estados Unidos e membros da União Europeia, como Alemanha, Áustria, Finlândia, Holanda e Itália, suspenderam os financiamentos à agência. O bloco europeu decidiu manter os aportes.

Também nesta segunda, o chanceler espanhol, Jose Manuel Albares, declarou à emissora Rtve que seu país garantirá um financiamento urgente de 3,5 milhões de euros (R$ 18,7 mi) à Unrwa para manter suas atividades em Gaza. Ele informou sobre o repasse ao comissário-geral da agência, Philippe Lazzarini.

Albares citou a “situação desesperadora” na Faixa de Gaza e o risco de que, em poucas semanas, a Unrwa precise interromper as atividades para seis milhões de refugiados por falta de recursos.

Outros países, como Noruega, Irlanda e Bélgica não suspenderam os financiamentos, reconhecendo a importância dos trabalhos na distribuição de ajudas humanitárias.

 (ANSA).
   

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