(ANSA) - Por Mattia Bernardo Bagnoli - Há quase exatamente seis anos, o líder opositor russo Alexei Navalny havia acabado de ter sua candidatura ao Kremlin excluída pelas autoridades do país quando aceitou dar uma entrevista à ANSA.
Na oportunidade, o advogado e ativista, que morreu aos 47 anos em uma prisão na Rússia, garantiu que nunca iria desistir.
"Não posso aceitar que um movimento que tem milhões de apoiantes seja excluído da construção do futuro do meu país, Putin optou por permanecer no poder com a fórmula da presidência vitalícia e está construindo um sistema feudal baseado em clãs familiares, que agora controlam 85% da nossa economia", indicou Navalny na entrevista concedida em 18 de fevereiro de 2018.
"É possível dizer que sou politicamente inspirado pela Europa. Os russos são europeus, a nossa identidade assim o diz, e a Rússia deve se tornar um país líder na Europa. A UE, apesar de seus problemas, tem sido capaz de proporcionar uma vida estável aos seus cidadãos. Essa ideologia de Putin, com uma Rússia diferente da Europa e da Ásia, que deve desenvolver-se de forma autônoma, é prejudicial e falsa", acrescentou.
Na oportunidade, Navalny comentou que desejava ver a Itália sendo um "pouco mais amiga" do povo russo e um "pouco menos" dos oligarcas do país.
"São investimentos que trazem consigo a corrupção e o crime organizado. Acho que vocês não precisam disso, pois os de vocês já são suficientes", opinou.
Navalny, que confessou ser um grande fã do Festival de Sanremo, lamentou a possibilidade de nunca mais visitar Roma em função das sanções do regime de Putin. A hipótese virou realidade, pois o opositor faleceu sem ter voltado para a capital italiana. (ANSA).