(ANSA) - O comissário geral da Unrwa, agência da ONU que dá assistência a refugiados palestinos, Philippe Lazzarini, foi nesta segunda-feira (4) ao Palácio de Vidro, sede da ONU em Nova York, para defender a instituição diante da Assembleia Geral.
A continuidade da agência, vista como "espinha dorsal" da ajuda humanitária em Gaza, está ameaçada, após acusações israelenses contra seus funcionários por suposto envolvimento com o Hamas.
No fim de fevereiro, em uma carta, Lazzarini pediu ajuda, destacando que a agência "chegou a um momento crítico, com os repetidos apelos de Israel para que seja desmontada e pelo congelamento dos financiamentos de doadores diante de uma situação sem precedentes de necessidades humanitárias em Gaza". No texto, ele pediu o "apoio político" dos Estados-membros.
Já nesta segunda, ele afirmou que desmontar a Unrwa significaria sacrificar “uma geração inteira de crianças”: “É míope. Fazendo isso, semearemos a semente do ódio, do ressentimento e do conflito futuro”.
Em um comunicado, a Unrwa também afirmou que autoridades israelenses torturaram membros de sua equipe durante interrogatórios, para que admitissem ligações com o Hamas e envolvimento nos ataques de 7 de outubro de 2023.
Países como os Estados Unidos e a Itália suspenderam o financiamento à Unrwa após a demissão, pela própria agência, de funcionários que, segundo Israel, teriam ligação com os ataques de 7 de outubro de 2023.
O montante total congelado chega a US$ 450 milhões (R$ 2,2 bilhões), o equivalente à metade dos fundos que a Unrwa recebeu em 2023.
A União Europeia, por outro lado, manteve o apoio, assim como outros países e organismos internacionais.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, recebeu um primeiro relatório de investigação, mas a apuração ainda aguarda receber documentos das autoridades israelenses.
Já a Unrwa diz que Israel não forneceu nenhuma prova sobre as acusações.
Também nesta segunda, um porta-voz militar israelense voltou a lançar acusações contra a agência, afirmando que mais de 450 colaboradores "pertencem a organizações terroristas da Faixa de Gaza, especialmente ao Hamas".
Ele divulgou duas conversas telefônicas gravadas durante os ataques de 7 de outubro. Uma das vozes seria de Yusef al-Hawajara, professor da Unrwa em Deir el-Balah, e outro a Mamduh Alkali, que pertenceria à jihad islâmica, professor de outra escola da agência.
"Estou dentro, com os judeus. Temos mulheres reféns, capturei uma", disse um deles.
Itália
O chanceler da Itália, Antonio Tajani, afirmou que o país se prepara para organizar uma reunião, na próxima semana, com todas as organizações ligadas à ONU que atuam em ajuda à população palestina, para acelerar o envio de ajuda.
“O título da missão poderia ser ‘Pão para Gaza’, ‘Food for Gaza’”, explicou, em entrevista a Tg2 Post.
“Mais uma vez a Itália é protagonista das ajudas humanitárias, já demos 10+10 milhões de euros para apoiar as famílias, acolhemos na Itália uma centena de crianças palestinas”, lembrou.
(ANSA).
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