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Israel convoca embaixador na ONU e acusa secretário-geral

Chanceler diz que Guterres silencia evidências sobre estupros

Secretário-geral da ONU Antonio Guterres

Redazione Ansa

(ANSA) - O chanceler israelense, Israel Katz, informou nesta segunda-feira (4) que pediu o retorno do embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU), Gilad Erdan.

“Ordenei que retorne a Israel para consultas imediatas após a tentativa de silenciar as informações sobre os estupros em massa cometidos pelo Hamas e seus colaboradores em 7 de outubro", disse ele, através do X (antigo Twitter).

A medida acrescenta mais um capítulo aos embates entre as autoridades israelenses e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que é acusado pelo país judeu de favorecer o Hamas nas análises sobre o conflito no Oriente Médio.

O porta-voz de Guterres, Stepháne Dujarric, afirmou que o secretário-geral “não fez, em nenhum caso", nada para suprimir os relatos.

Segundo ele, um trabalho da representante especial da ONU sobre violência sexual em conflitos, Pramila Patten, cujo relatório foi publicado hoje, "foi realizado de forma minuciosa e diligente".

No texto, Patten diz que há "boas razões para acreditar" que houve violência sexual, incluindo estupros, durante os ataques do Hamas em 7 de outubro.

Quanto aos reféns, a missão liderada pela representante coletou "informações claras e convincentes" de que alguns foram estuprados, e que "há boas razões para acreditar que essas violências ainda estão ocorrendo".

Patten, acompanhada por especialistas, visitou Israel e Cisjordânia por duas semanas e meia no início de fevereiro. Apesar dos apelos às vítimas de violência sexual para se apresentarem e testemunharem, nenhuma delas se apresentou.

No entanto, os membros da missão conseguiram falar com alguns dos reféns libertados e coletar "informações claras e convincentes de que alguns deles haviam sofrido várias formas de violência sexual relacionadas ao conflito, incluindo estupros, tortura, violência sexual e tratamentos cruéis, desumanos e degradantes", segundo o documento.

O relatório conclui que "a verdadeira extensão da violência sexual durante os ataques de 7 de outubro pode levar meses ou até anos para emergir, e pode nunca ser verdadeiramente conhecida".

O relatório convida as autoridades israelenses a "permitir o acesso" a uma missão do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e da Comissão Independente de Investigação sobre os Territórios Palestinos, para conduzir "investigações abrangentes sobre todas as alegações de violações, e integrar e aprofundar" os resultados do texto agora divulgado.

Benjamin Netanyahu

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, adiou uma reunião que ocorreria na noite desta segunda-feira (4) sobre as medidas de segurança a serem tomadas durante o Ramadã, que começa no próximo domingo (10).

O governo de Israel teme distúrbios em Jerusalém, na Cisjordânia e entre os árabes israelenses em meio ao conflito em Gaza.

O motivo do adiamento seria uma “leve gripe” que acometeu o premiê, que também não participou de uma reunião do conselho de ministros no domingo (3).

O gabinete dele afirmou que o estado de saúde não é preocupante: “Benjamin Netanyahu continua a tomar decisões, a realizar consultas, a liderar a guerra e a gerir os assuntos do país em todos os momentos. Rejeitamos todas as 'fake news' disseminadas sobre o assunto".

"O primeiro-ministro está sofrendo de uma gripe sazonal que afetou um grande número de funcionários de seu escritório. O resultado de uma consulta médica é que as condições do primeiro-ministro são boas", disse o comunicado.

 (ANSA).
   

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