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Premiê do Haiti renuncia após onda de violência de gangues

Primeiro-ministro do Haiti renunciou ao cargo após conflito

Redazione Ansa

(ANSA) - O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, renunciou ao cargo na noite da última segunda-feira (11) após uma onda de violência de gangues e em meio a uma crise governamental.

A informação já havia sido confirmada por Mohamed Irfaan Ali, presidente da Guiana e atual líder da Comunidade do Caribe (Caricom), em uma coletiva de imprensa organizada após um encontro na Jamaica sobre o Haiti.

"Tomamos nota da demissão do primeiro-ministro Ariel Henry", declarou Irfaan Ali, destacando um "acordo para um governo de transição que abrirá o caminho para uma transição pacífica de poder".

De acordo com a Caricom, o conselho de transição de poder no Haiti será composto por dois observadores e sete membros com poder de voto, incluindo representantes da Igreja e da sociedade civil.

Logo depois da divulgação, Henry publicou um vídeo em suas redes sociais para informar que seu governo renunciará imediatamente após a instalação do conselho.

"Quero agradecer ao povo haitiano pela oportunidade que me deram", afirmou ele, que assumiu o governo após o assassinato do então presidente do Haiti, Jovenel Moise, em 2021.

O premiê haitiano reconheceu que o país precisa de "estabilidade" e "paz" e destacou que seu "governo será provisório até que nomeiem um primeiro-ministro e um novo gabinete".

Henry é o primeiro-ministro há mais tempo desde que a Constituição do Haiti foi adotada em 1987. O político, que está em Porto Rico há uma semana, não conseguiu retornar ao país porque gangues criminosas fecharam os principais aeroportos do Haiti.

O país não tem presidente nem parlamento e não realiza eleições desde 2016. No início deste mês, as gangues que controlam grande parte da nação lançaram uma série de ataques a locais estratégicos da capital, Porto Príncipe, como a sede do Presidência, o aeroporto e as prisões, exigindo a demissão de Henry.

Mais de 3,5 mil detentos conseguiram fugir durante a ofensiva e mortes foram registradas.

O governo, por sua vez, decretou estado de emergência, que permanecerá em vigor pelo menos até 3 de abril, e toque de recolher noturno, medida que foi prorrogada até a próxima quinta-feira (14), segundo o premiê interino, Patrick Michel Boivert.

De acordo com o comunicado, entre 18h e às 05h (horário local) apenas podem circular nas ruas a polícia, os bombeiros, os serviços de emergência e de saúde e os jornalistas.

Além disso, devido ao estado de emergência, todas as manifestações nas vias públicas do departamento Ocidental também estão proibidas, tanto de dia como de noite. (ANSA).
   

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