(ANSA) - O governo israelense anunciou neste domingo (17) que será instituído um dia nacional em lembrança dos ataques do Hamas em 7 de outubro.
Segundo o gabinete do premiê Benjamin Netanyahu, a data mira lembrar o massacre e “os soldados caídos na guerra”.
A partir de 7 de outubro de 2024, serão realizadas anualmente, no mesmo dia, duas cerimônias separadas: uma em homenagem aos militares mortos, e outra para "civis mortos em operações inimigas".
A data fixada para essa comemoração permanecerá conforme o calendário hebraico, ou seja, no 24º dia do mês de Tishri.
No entanto, em 2024, essa data cairia em um sábado, então, excepcionalmente, a data original de 7 de outubro será mantida.
Neste domingo, o balanço de vítimas da reação de Israel aos ataques na Faixa de Gaza foi atualizado, registrando 31.645 mortos e 73.676 feridos.
Segundo a mídia local, a delegação israelense liderada pelo chefe do Mossad (Instituto de Inteligência e Operações Especiais), David Barnea, encarregada de conduzir as negociações para uma troca de prisioneiros e reféns com o Hamas, partirá nesta segunda (18) para o Catar.
A emissora de rádio militar acrescentou que a delegação ainda aguarda instruções detalhadas do gabinete de segurança israelense, que deve ser convocado à noite por Netanyahu, especialmente a respeito das margens de manobra nas negociações.
Ainda neste domingo, Netanyahu afirmou que o Hamas estaria impedindo a chegada de ajuda aos civis em Gaza.
“O problema não é fazer com que os caminhões de ajuda cheguem a Gaza, que estão aumentando, o problema é que esses caminhões são atacados pelo Hamas e outros. Israel está fazendo o possível para limitar as vítimas civis e entregar ajuda", garantiu.
Netanyahu voltou a rejeitar as pressões internacionais para interromper a guerra, e confirmou que fará a incursão militar a Rafah “em algumas semanas”.
A medida é amplamente criticada pela comunidade internacional, já que a área está superlotada de civis desde o início da operação militar, e faz fronteira com o Egito, limitando as possibilidades de evacuação.
“Nenhuma pressão nos impedirá de realizar todos os objetivos da guerra: eliminar o Hamas, liberar todos os reféns e garantir que Gaza não represente mais uma ameaça para Israel. Vocês têm a memória tão curta? Esqueceram tão rápido o 7 de outubro, massacre mais terrível contra os judeus desde o Holocausto? Estão tão prontos a negar a Israel o direito de se defender dos monstros do Hamas?”, questionou.
Já o chanceler israelense, Israel Katz, disse ao site Ynet que Israel “pagará o preço” pelos sequestrados, mas “não aceita encerrar a guerra”.
Vaticano
O presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI) e enviado especial de paz do papa Francisco, cardeal Matteo Zuppi, disse neste domingo que a guerra na Faixa de Gaza “serve apenas ao Hamas”.
“A condenação do Papa e da Igreja pela agressão do Hamas a Israel em 7 de outubro passado foi muito clara: não há justificativa alguma, embora não esquecendo a História, que possa fazer aceitar a crueldade e brutalidade como aquelas mostradas pelo Hamas”, disse.
“Quando você mata alguém, perde todas as razões que carrega no coração. O papa Francisco e toda a Igreja não fizeram nada além de continuar pedindo pelo cessar-fogo para evitar vítimas inocentes e porque uma saída que impeça violências como as de 7 de outubro deve ser encontrada, e simplesmente neutralizar o Hamas nunca é suficiente.”
“Parece-me que uma guerra como a que está ocorrendo na Faixa de Gaza é funcional apenas ao terrorismo insensato do Hamas!. O conselho que o governo dos Estados Unidos e muitos outros deram a Israel para não repetir os erros do passado na luta contra o terrorismo talvez devesse ter sido mais ouvido”, concluiu.
(ANSA).