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Israel e Hamas voltam a negociar cessar-fogo nesta segunda-feira

Tratativas ocorrerão no Catar, com mediação também do Egito

Manifestação em Helsinque pede cessar-fogo

Redazione Ansa

(ANSA) - Negociações entre representantes de Israel e do Hamas para uma trégua temporária e soltura de reféns e prisioneiros devem ser retomadas nesta segunda-feira (18) em Doha, no Catar, país que também atua como mediador nas discussões, assim como o Egito.

Na noite deste domingo (17), o Gabinete de Segurança do país judeu deliberou enviar uma delegação de alto nível, com um mandato geral para negociar em determinados assuntos, mas com limites específicos pré-estabelecidos. A palavra final caberá ao premiê, Benjamin Netanyahu, e ao ministro da Defesa, Yoav Gallant.

A delegação, liderada por David Barnea, chefe do serviço de inteligência israelense, o Mossad, já aterrissou na capital catariana à bordo de um voo oficial.

Segundo o portal Ynet, a delegação pediu tempo suficiente “para conduzir as negociações de modo que seja possível melhorar o acordo e fornecer um esquema sustentável”.

Do lado do Hamas, as negociações devem contar com a participação de Yahya Sinwar, líder político do grupo fundamentalista islâmico em Gaza. Fontes próximas às tratativas estimam que as discussões devem levar cerca de duas semanas.

Outra fonte, citada por Ynet, informou que a “essência da negociação é uma trégua de 42 dias em troca de 40 reféns”: “Será um processo longo e complexo. Há um Hamas externo no Catar e um Hamas interno nos túneis [em Gaza], as negociações são com Sinwar, que está nos túneis”.

Sob anonimato, um líder do Hamas afirmou à AFP que a facção, que até a última sexta-feira (15) exigia um cessar-fogo definitivo antes de atingir qualquer acordo sobre os reféns, está pronta para a trégua temporária de seis semanas.

Segundo essa fonte, o texto deve prever que 42 reféns – mulheres, incluindo as militares, crianças, idosos e doentes – possam ser libertados, ao ritmo de um por dia, em troca da soltura de entre 20 e 50 prisioneiros palestinos dos cárceres de Israel.

O oficial do Hamas Osama Hamdan também disse à emissora libanesa Al-Manar que há “uma real oportunidade de encerrar a agressão e atingir um cessar-fogo permanente”.

“No primeiro estágio, haverá uma suspensão total das operações militares, ou seja, sem sobrevoos nem movimentos das tropas, e uma retirada parcial de Israel. Após 14 dias, uma retirada a leste, o que significa reabrir as estradas para que os deslocados possam retornar”, detalhou.

“Nós aceitamos que haja uma retirada parcial da Faixa de Gaza antes de qualquer troca, e que, com o fim da primeira fase, uma retirada completa ocorra, com o encerramento total das operações militares”, elencou Hamdan.

A rodada de negociações será a primeira após as semanas de tratativas envolvendo a mediação do Catar, do Egito e dos EUA, que falharam no objetivo de atingir uma trégua antes Ramadã, o mês sagrado do Islã, que começou no último dia 10 de março.

Israel estima que 130 reféns ainda estejam em Gaza, mas esse número inclui 33 dados como mortos, entre oito soldados e 25 civis.

(ANSA).
   

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