(ANSA) - Um dos últimos chefes do clã Casalesi, um dos mais cruéis da máfia Camorra, Francesco Schiavone, conhecido como "Sandokan", preso em 1998 e que até agora se mantinha em silêncio, decidiu colaborar com a Justiça e pode revelar segredos importantes.
A informação foi divulgada nesta sexta-feira (29) pelo jornal diário "Cronache di Caserta" e confirmada pela Direção Nacional Antimáfia (DDA).
Apelidado de "Sandokan"' em homenagem ao herói de ação fictício, o líder indiscutível do clã napolitano teria decidido cooperar com os promotores de Nápoles após 26 anos de prisão sob o duro regime prisional 41-bis.
Nos últimos dias, a polícia teria ido à base do clã em Casal di Principe para convidar os familiares de Schiavone, incluindo o seu filho Ivahnoe, a entrar no programa de proteção.
Dois outros filhos, Nicola e Walter, decidiram tornar-se testemunhas do Estado, respectivamente, em 2018 e 2021, enquanto Emanuele Libero e Carmine permanecem na prisão e a esposa de Sandokan, Giuseppina Nappa, não está em Casal di Principe.
As ameaças de morte dos Casalesi empurraram o escritor e jornalista antimáfia Roberto Saviano para um esquema de proteção policial após a publicação do livro "Gomorra", a sua obra mais vendida sobre a Camorra em 2006.
Preso em 1998 e condenado à prisão perpétua em 2008, no julgamento de "Spartacus" contra do clã Casalesi, Schiavone pode revelar segredos sobre uma série de mistérios não resolvidos, incluindo o assassinato em 1988 do fundador do clã, Antonio Bardellino, no Brasil, e sobre a relação entre a máfia da Camorra e a política. (ANSA).