(ANSA) - Um ataque de Israel na Faixa de Gaza matou sete funcionários da ONG americana World Central Kitchen (WCK), fundada pelo chef José Andrés e que distribuía ajuda humanitária para civis no enclave palestino.
A ação forçou a entidade a suspender suas atividades na região e provocou críticas e cobranças de investigação por parte da comunidade internacional.
"A World Central Kitchen está chocada por confirmar que sete membros da nossa equipe foram assassinados em Gaza em um ataque das Forças de Defesa de Israel", diz um comunicado da ONG. As vítimas são três cidadãos britânicos, um palestino, uma australiana, um polonês e um canadense-americano.
Segundo a entidade, dois veículos blindados e com o logo da WCK foram bombardeados logo após deixar um galpão em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, onde a ONG havia descarregado mais de 100 toneladas de alimentos que chegaram ao enclave por via marítima. Todos os deslocamentos tinham sido coordenados com as IDF, que teriam usado um drone com mísseis no ataque.
O Exército israelense reconheceu o "esforço vital" da World Central Kitchen para "fornecer alimentos e ajudas humanitárias à população de Gaza" e prometeu uma "análise aprofundada para compreender as circunstâncias desse trágico incidente".
Além disso, o porta-voz militar Daniel Hagari ligou para José Andrés para expressar "condolências". "Abriremos uma investigação para analisar o ocorrido, e isso nos ajudará a reduzir o risco de que tal evento possa se repetir", disse.
O governo dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, afirmou estar "aflito e profundamente perturbado" pelo ataque, enquanto o poder Executivo da União Europeia cobrou um "inquérito aprofundado" sobre o caso.
"Os operadores humanitários devem ser sempre protegidos, em linha com o direito internacional", ressaltou a Comissão Europeia. Já o alto representante da UE para Política Externa, Josep Borrell, condenou o ataque e cobrou a implantação da resolução da ONU que pede um "cessar-fogo imediato" em Gaza.
Por sua vez, o governo do Reino Unido convocou o embaixador israelense em Londres para prestar esclarecimentos sobre o caso.
Netanyahu
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu uma investigação sobre o ataque que matou sete funcionários da ONG World Central Kitchen na Faixa de Gaza, mas disse que "isso acontece na guerra".
"Foi um caso trágico no qual nossas forças atingiram sem intenção pessoas inocentes", declarou o premiê após receber alta do hospital onde foi submetido a uma cirurgia de hérnia.
"Isso acontece na guerra, e abriremos uma investigação. Estamos em contato com os governos envolvidos e faremos de tudo para assegurar que isso não aconteça mais", acrescentou.
Itália
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, cobrou o governo de Israel para esclarecer o ataque que matou sete funcionários da ONG americana World Central Kitchen (WCK), que distribuía ajuda humanitária para civis na Faixa de Gaza.
Em uma publicação no X, Tajani também lamentou a perda das vítimas. "Expresso as minhas condolências às famílias dos operadores do WCKitchen que perderam a vida em Gaza. Pedimos também a Israel que esclareça: o respeito pelo direito humanitário e a proteção dos civis são prioridades. O governo continua a trabalhar por um cessar-fogo e pela libertação dos reféns", concluiu. (ANSA).