(ANSA) - Em entrevista à emissora italiana Rai 2 nesta quinta-feira (11), a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, levantou o temor de que crianças ucranianas deportadas para a Rússia sejam treinadas futuramente para combate.
"Crescem, se tornam adultos, podem até ser convocadas para o serviço militar e enviadas para lutar na Ucrânia, já temos testemunhos nesse sentido", afirmou.
"São mais de 19 mil crianças deportadas para a Rússia, segundo nossas fontes. De acordo com a parte russa, são muito mais. Os dados são conflitantes. São números que precisam ser verificados. Mas estão transferindo as crianças para o território russo, mudando seus documentos e identidades", disse.
"A todos é dito que eles não são mais necessários na Ucrânia, que a Ucrânia os abandonou. É uma doutrinação das crianças.
Parece-me um cinismo e um crime muito grande contra as crianças, de quem não pode se defender", acrescentou a primeira-dama.
Zelenska agradeceu à Itália pelo apoio na causa: "Sou muito grata à Itália por decidir fazer parte da coalizão para o retorno das crianças, que foi criada há alguns meses".
"Como esposa do presidente da Ucrânia, devo apoiá-lo, devo inspirá-lo quando posso e falar, como estamos fazendo agora, testemunhar, garantir que o mundo não desvie o olhar", declarou.
A mulher do presidente Volodymyr Zelensky também descreveu sua vida familiar: "Nos vemos com as crianças de manhã e à noite, à noite, quando há sirenes, descemos para os abrigos. Ou tento trabalhar mais: se me envolvo no trabalho, penso menos nas coisas ruins e no perigo. Isso te faz focar e não te deixa parar. Eu chamaria isso, então, de uma vida 'quase' cotidiana".
Sobre o relacionamento com seu marido, ela admitiu: "Infelizmente, não temos muito tempo juntos, muito pouco tempo e nem todas as semanas, mas entendemos por que é assim e simplesmente aproveitamos o tempo que podemos dedicar a nós mesmos e sabemos que devemos ser gratos porque muitas famílias não têm a oportunidade de ver seus entes queridos".
"Estamos atravessando este desafio, espero que este período de separação fortaleça nosso relacionamento", concluiu. (ANSA).