(ANSA) - A polícia investiga a morte de uma jovem francesa de 22 anos em uma igreja em ruínas nas montanhas de Valle d’Aosta, região alpina no norte da Itália. O caso é tratado como feminicídio.
O caso ocorreu entre 26 e 27 de março. Teima Sohaib, cidadão italiano, egípcio e marroquino, de 21 anos, foi preso acusado de homicídio qualificado, com agravantes de premeditação e relação afetiva com a vítima.
Ele estava sob medidas cautelares da polícia francesa desde janeiro, justamente por violência doméstica e ameaças contra a vítima.
Auriane Nathalie Laisne, da cidade de Saint Priest, região metropolitana de Lyon, foi encontrada morta vítima de esfaqueamento.
Testemunhas viram os dois juntos na região de La Salle, onde fica o vilarejo abandonado de Equilivaz, local que abriga a igreja.
Segundo as primeiras informações, os dois foram ao local para fazer “urbex”, exploração urbana, uma prática turística que vem se popularizando entre viajantes das novas gerações e que consiste em buscar locais não frequentados, como vilas abandonadas e ruínas de edifícios.
Em uma coletiva de imprensa nesta sexta (12), o procurador-chefe de Aosta, Luca Ceccanti, garantiu que trata-se de um feminicídio: “Foi determinado por motivos de posse e anulação da vontade da vítima. Não foi rapto, ciúme ou paixão. É um homicídio típico de uma manifestação de poder sobre a mulher”.
Com a prisão, Sohaib pode ser extraditado pela Itália. Seu advogado de defesa, Julien Paris, disse que ele não tem antecedentes criminais e que se mudou para a França para estudar: “Ele trabalhou em restaurantes para pagar os estudos. Não tem o perfil de um delinquente”.
À ANSA, Paris garantiu que seu cliente não estava se escondendo: “Estava com a família na França, em Grenoble, onde estuda”.
O crime brutal teria sido cometido com uma arma cortante e com ponta, que não foi localizada, provavelmente por um ferimento no pescoço. Segundo os carabineiros que atenderam a ocorrência, o assassino “recompôs o corpo da vítima, colocando-a em posição fetal, com uma pedra atrás das costas para apoiá-la”: “Sua intenção é de que fosse encontrada como se tivesse morrido dormindo”.
Auriane estava sem celular e documentos. Inicialmente, com ela foram encontrados apenas um pacote de marshmallows e lixo, mas a polícia achou também um pendrive com seu nome em um adesivo. O corpo foi encontrado por outro turista, e identificado por familiares.
(ANSA).