(ANSA) - Estudantes da Universidade de Roma La Sapienza se acorrentaram diante da reitoria da instituição e iniciaram nesta quarta-feira (17) uma greve de fome para protestar contra acordos de colaboração acadêmica com Israel.
A iniciativa chega um dia depois dos confrontos entre jovens e policiais durante um protesto na maior universidade da Itália, que terminou com a prisão de duas pessoas.
"Nosso país ainda não está disposto a trabalhar para construir as condições para a paz, porém não há mais tempo", diz um manifesto escrito pelos alunos, acrescentando que o objetivo da desobediência civil é alcançar um "passo atrás de quem é cúmplice de um genocídio" contra os palestinos em Gaza.
Os dois presos na terça (16) - uma mulher de 28 anos que acompanhava um amigo na universidade e um estudante líbio de 20 - foram libertados nesta quarta-feira, mas responderão na Justiça por resistência, lesão corporal e dano agravado a uma viatura policial.
Segundo as forças de segurança, 27 policiais ficaram feridos nos confrontos de terça, sendo que dois deles permanecerão afastados do serviço por cerca de 20 dias. Já os estudantes alegam que a manifestação ocorria de forma pacífica e foi reprimida violentamente pela polícia.
Os jovens prometem manter a greve de fome enquanto não forem ouvidos pela reitora da Sapienza, Antonella Polimeni.
"Continuamos pedindo o fim dos acordos [com Israel]", disse à ANSA a estudante Francesca, do coletivo "Cambiare Rotta" ("Mudar o Rumo").
Os manifestantes também exigem a renúncia de Polimeni, acusada de não representar a vontade da comunidade acadêmica, que divulgou uma petição com 2,5 mil assinaturas contra as colaborações da Sapienza com instituições israelenses.
Esse não é o primeiro episódio polêmico envolvendo jovens e a polícia durante protestos pró-Palestina na Itália.
Em fevereiro passado, forças de segurança usaram cassetetes para reprimir uma manifestação de adolescentes em Pisa, na Toscana, caso que incomodou o presidente da República, Sergio Mattarella.
Na ocasião, o chefe de Estado disse ao ministro do Interior, Matteo Piantedosi, que a "autoridade" da polícia "não é medida por cassetetes" e que a repressão contra jovens é uma "demonstração de fracasso". (ANSA)
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