O grupo fundamentalista islâmico Hamas divulgou um comunicado nesta segunda-feira (6) afirmando ter aceitado uma proposta de cessar-fogo em Gaza, após negociações com Israel mediadas por Catar e Egito.
"Ismail Haniya, chefe do aparato político do movimento Hamas, teve uma ligação telefônica com o primeiro-ministro do Catar, xeique Mohammed bin Abdul Rahman Al Thani, e com o ministro da Inteligência do Egito, senhor Abbas Kamel, e informou-os da aprovação de sua proposta para um acordo de cessar-fogo", disse o grupo, em comunicado.
Uma fonte do Hamas disse ao portal israelense Ynet que a proposta prevê um cessar-fogo de seis semanas.
“Após a concordância do Hamas com a proposta, a bola agora está na quadra de Israel, que deve dizer se vai concordar com o acordo ou obstruí-lo”, disse outro oficial de alto nível do grupo à AFP, em condição de anonimato.
Em seguida, o ministro da Economia de Israel, Nir Barkat, desmentiu a informação.
“O Hamas não aceitou acordo. É o truque deles de sempre”, disse. O político deu a declaração à imprensa italiana em Roma, em contato direto com o governo de Israel.
Um alto oficial israelense afirmou ao portal Ynet que a proposta aceita pelo Hamas não havia sido analisada pelo país judeu: “Uma proposta unilateral sem envolvimento israelense. Este não é o rascunho que discutimos com o Egito. Isto é um exercício do Hamas para apresentar Israel como quem rejeita o acordo”. Outra fonte definiu o anúncio do Hamas como “inaceitável”.
Fontes do Egito afirmaram que uma delegação do Hamas chegará nesta terça-feira (7) ao Cairo para discutir os últimos detalhes da proposta de acordo.
“O espírito positivo com o qual a direção do movimento respondeu quando estudou a proposta de cessar-fogo também será levado ao Cairo para atingir o acordo”, confirmou o Hamas à Skynews Arabia.
Já o time israelense de negociação, liderado por David Barnea, chefe do serviço de inteligência israelense, o Mossad, recebeu e está estudando a proposta, segundo uma fonte informou ao portal americano Axios.
O ministro israelense da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, afirmou que as “brincadeiras” do Hamas terão “uma só resposta: ocupar Rafah”.
O líder de extrema-direita falou em “aumentar a pressão militar e continuar até a completa derrota do Hamas”.
A decisão do grupo fundamentalista de aceitar uma proposta de trégua ocorreu em meio a trabalhos de evacuação de civis em Rafah, em preparação para uma incursão de Israel.
A decisão é apontada como uma tentativa de atrasar a operação, vista pelo país judeu como única forma de vencer o conflito no enclave palestino, e pela comunidade internacional com preocupação devido à alta presença de refugiados e deslocados na região.
ONUO secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, renovou seu apelo para que Israel e Hamas fechem um acordo.
Em nota, o porta-voz das Nações Unidas afirmou que Guterres está “profundamente preocupado pelas indicações segundo as quais uma operação militar em larga escala em Rafah poderia ser iminente”.
O secretário-geral lembrou que “a proteção dos civis é fundamental no direito internacional humanitário”.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, pediu que a comunidade internacional faça pressão para que Israel se esforce para fechar um acordo de cessar-fogo. (ANSA)
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