O nível do rio Guaíba em Porto Alegre pode atingir nesta terça-feira (14) a marca de 5,40 metros, o que seria um novo recorde histórico em meio a pior tragédia climática que afeta o estado do Rio Grande do Sul.
O Guaíba registrou 5,17 metros na última segunda-feira (13) e hoje pode superar os 5,33 metros, registrados no dia 5 de maio, segundo a previsão do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
No entanto, a Sala de Situação da Defesa Civil informou que não descarta que o Guaíba, principal curso da água da área metropolitana de Porto Alegre, possa chegar aos 5,60 metros nos próximos dias.
No momento, quase todos os rios do estado estão acima da cota de inundação e boa parte da água deles vai para a capital gaúcha, que hoje amanheceu sem chuva, porém com uma temperatura de 10ºC.
O tempo deve ser firme nesta terça, quando não há previsão de chuvas na principal cidade do estado. Já no interior, as temperaturas estiveram em torno dos 5ºC durante a madrugada, o qual é um complicador para situação das 617 mil pessoas que tiveram de deixar suas casas por causa das enchentes no estado.
De acordo com o levantamento divulgado ontem pela Defesa Civil, o número de mortos subiu para 147, enquanto 127 pessoas estão desaparecidas e 2,1 milhões foram afetadas pela tragédia.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reclamou na noite desta segunda-feira (13) da falta de alinhamento de seus auxiliares para atuar no Rio Grande do Sul, durante uma reunião de emergência com seus 38 ministros no Palácio do Planalto, em Brasília.
"Que cada ministro que vai falar ou cada ministra, tem que falar sempre a mesma coisa, não pode falar coisa que não está acontecendo, ficar inventando coisa que ainda não aconteceu, ou seja, não dá para que cada um de nós que tenha uma ideia anuncie publicamente uma ideia", se queixou o petista.
De acordo com fontes do governo, o mandatário está contrariado com a comunicação dos ministros e analisa medidas para obter reconhecimento pela ações adotadas frente às enchentes no Rio Grande do Sul, informou hoje (14) o jornal “Folha de S. Paulo”.
O pior desastre climático da história do Rio Grande do Sul já deixou 147 mortos, 127 desaparecidos e afetou mais de 2 milhões de pessoas, de acordo com a Defesa Civil.
No entanto, Lula não descarta fazer um pronunciamento em cadeia de rádio e televisão para comunicar as medidas de auxilio para a população gaúcha e a suspensão da dívida acordada ontem com o governador Eduardo Leite (PSDB) .
Além disso, o petista deve viajar nesta quarta para o Rio Grande do Sul, onde pretende entrar em contato com pessoas atingidas pela catástrofe.
Caetano e Maria Bethânia regravam música em homenagem ao RS
Os cantores Caetano Veloso e Maria Bethânia regravaram a música “Menino Deus” em homenagem às vítimas da tragédia climática que assola o estado do Rio Grande do Sul, onde 147 pessoas morreram e mais de 600 mil estão fora de casa.
A música leva o nome de um dos bairros mais antigos de Porto Alegre, a capital gaúcha onde o rio Guaíba pode atingir 5,4 metros nessa terça-feira (14), segundo a projeção de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS).
"Um porto alegre é bem mais que um seguro, na rota das nossas viagens no escuro. [...] E por um momento haverá mais futuro do que jamais houve, mas ouve a nossa harmonia, a eletricidade ligada no dia em que brilharias por sobre a cidade”, diz um trecho da letra da música lançada por Veloso em 1982.
O cantor baiano declarou que “Menino Deus” é uma canção "minha para todo Porto Alegre. Quando foi escolhida essa canção, parecia uma prece".
A situação no sul do país "exige orações, bons pensamentos, energia, essa melodia tão suave, tão limpa, pode levar algum calor" às pessoas afetadas pelas enchentes, acrescentou Caetano. (ANSA)
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