As forças militares de Israel informaram que recuperaram o corpo do brasileiro Michel Nisembaum, que foi levado como refém pelo grupo fundamentalista islâmico Hamas para a Faixa de Gaza durante o ataque de 7 de outubro.
Os restos mortais de Nisembaum, que tinha 59 anos, e de outras duas pessoas (Hanan Yablonka e Orion Hernández) que também eram mantidas como reféns foram encontrados em Jabalia, no norte do enclave palestino.
Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, o brasileiro morava em Sderot, nas proximidades de Gaza, e vivia em Israel há pelo menos quatro décadas O exército israelense analisou que Nisembaum teria sido morto durante o massacre de 7 de outubro, mas seu corpo foi levado para a Faixa de Gaza pelos combatentes do Hamas.
"Temos o dever nacional e moral de fazer todo o possível para restaurar vidas e é isso que estamos fazendo. Louvo as forças de segurança que agiram com grande coragem no coração do território inimigo, para retornar os corpos para suas famílias e sepultamento em Israel", disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lamentou nesta sexta-feira (24) o falecimento de Nisembaum.
"Soube, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum. Minha solidariedade aos familiares e amigos de Michel. O Brasil continuará lutando, e seguiremos engajados nos esforços para que todos os reféns sejam libertados, para que tenhamos um cessar-fogo e a paz para os povos de Israel e da Palestina", escreveu o mandatário.
Ao todo, o ataque realizado pelo grupo em Israel deixou mais de 1,2 mil mortos e por volta de 250 pessoas foram sequestradas e levadas para o enclave. As autoridades do país dizem que cerca de 100 continuam em poder do Hamas.
Tribunal Internacional de Justiça
O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) ordenou que as forças israelenses suspendam sua ofensiva militar em Rafah, na Faixa de Gaza.
"De acordo com estas instruções, sob a convenção do genocídio, Israel deve parar imediatamente a sua ofensiva militar e quaisquer outras ações em Rafah que possam infligir ao grupo palestino em Gaza condições de vida que possam levar à sua destruição física, total ou parcial”, disse o presidente do tribunal, Nawaf Salam.
A corte, sediada em Haia, também apelou pela “libertação imediata e incondicional” dos reféns israelenses no enclave palestino.
Poucos minutos depois da decisão do tribunal, as forças de Israel ignoraram a ordem e fizeram uma série de ataques no campo de Shaboura, no centro de Rafah, informou a emissora britânica BBC. (ANSA).