O Sindicato de Polícia Penitenciária da Itália alertou nesta sexta-feira (24) para possíveis riscos em caso de um retorno em massa de italianos presos em outros países.
Aldo Di Giacomo, secretário-geral do sindicato, citou casos midiáticos recentes.
Forti foi condenado à prisão perpétua por assassinato na Flórida em 2000, mas os defensores alegam que houve claras violações no processo, como ele ser ouvido sem a presença de um advogado e sem a notificação da Embaixada da Itália.
Giacomo citou também a comoção pelo caso da professora Ilaria Salis, detida na Hungria por supostamente ter agredido um militante de extrema-direita em um protesto. Agora em prisão domiciliar, ela chocou a Itália e a Europa ao aparecer para depor no tribunal acorrentada por mãos, pés e cintura. Uma onda de protestos pede que ela seja levada de volta a seu país.
O sindicalista citou ainda três italianos presos em um cárcere romeno. "Estão alimentando uma campanha pelo retorno dos detentos. Mas atenção à superficialidade e emotividade: as 2058 pessoas com cidadania italiana que segundo o anuário estatístico do Ministério das Relações Exteriores se encontram em institutos penitenciários estrangeiros, se voltassem todos causariam um colapso nos nossos cárceres, já superlotados a cerca de 130%, afirmou.
Segundo ele, há 31 italianos aguardando extradição, 1.166 condenados e 861 aguardando julgamento. Em relação aos países, 1.471 estão em prisões na União Europeia, 231 em países europeus fora do bloco, 217 nas Américas, 24 na área do Mediterrâneo e Oriente Médio, 21 nos países da África subsaariana e 114 entre Ásia e Oceania.
A Alemanha é o país com mais presos italianos (713), seguida de França (230), Espanha (229) e Croácia (157).
Fora do bloco, os países com mais presos italianos são o Reino Unido (126), Suíça (73), Brasil e Estados Unidos (33 e 31), e Austrália (27). (ANSA).
Policiais penais da Itália alertam para riscos de extradições
Brasil tem 33 presos com cidadania italiana