O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta sexta-feira (7) em um discurso na França que a Europa não é mais um "continente de paz".
O mandatário também aproveitou a oportunidade para agradecer Paris por ter se mantido ao lado de Kiev durante o conflito contra a Rússia para "defender a vida".
"A Europa não é um continente de paz, já que os acontecimentos de hoje na Ucrânia podem acontecer amanhã em outros países. Obrigado por não ter abandonado a Ucrânia em um momento decisivo", declarou Zelensky perante o Parlamento francês.
Yael Braun-Pivet, presidente da Assembleia Nacional da França, garantiu que Paris está ao lado da Ucrânia e que "nunca deixará de apoiar" o país.
Zelensky chegou ontem (6) na capital francesa depois de participar das comemorações do "Dia D" na Normandia. O presidente participou de uma breve cerimônia militar ao lado do ministro da Defesa do país, Sébastien Lecornu.
O chefe de Estado ucraniano também se encontrará com seu homólogo francês, Emmanuel Macron, onde deverá assinar dois acordos de empréstimos e doações que provavelmente chegarão a 650 milhões de euros.
Por outro lado, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que Macron "declara que a França está pronta para participar diretamente no conflito militar na Ucrânia". O russo acrescenta que as declarações do mandatário são "muito provocativas" e "agravam a escalada no continente".
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, reafirmou que o país não enviará soldados para a Ucrânia e armas ao território russo. O político negou que Roma esteja em guerra com a Rússia e destacou a necessidade de evitar a escalada do confronto.
"Putin está fazendo propaganda eleitoral. Somos a favor do respeito pela independência da Ucrânia, mas não enviaremos soldados para a Ucrânia e armas para o território russo. A posição de Macron não é a da Itália, não devemos seguir ninguém: devemos evitar a escalada. Não estamos em guerra com a Rússia. Estamos em campanhas eleitorais e Putin tenta dividir a Europa, que está essencialmente unida", disse Tajani no La7. (ANSA).