O comunicado final da cúpula de líderes do br/brasil/flash/internacional/2024/06/12/g7-deve-pedir-que-china-pare-de-apoiar-acoes-da-russia-na-guerra_8ac7a31a-5c94-4d45-89b5-d269f94f8d65.html">G7 em Borgo Egnazia, na Itália, deve excluir qualquer menção à palavra aborto.
Segundo esboço visto pela ANSA, o texto reitera os compromissos assumidos pelas sete potências "no comunicado final do G7 de Hiroshima [em 2023] para um acesso universal, adequado e sustentável das mulheres aos serviços sanitários, incluindo os direitos à reprodução".
O documento da cúpula do ano passado, no entanto, falava explicitamente em garantir o acesso "ao aborto legal e seguro e a cuidados pós-aborto", formulação que não aparece no texto que será submetido aos líderes em Borgo Egnazia.
A retirada da menção ao aborto teria sido encampada pela premiê de direita Giorgi Meloni, primeira mulher a governar a Itália e que é alvo de críticas da oposição por uma suposta deriva contra os direitos reprodutivos.
"A Itália deveria desempenhar um papel de destaque, mas coloca em discussão um direito fundamental das mulheres. É uma vergonha nacional", atacou a líder do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), Elly Schlein.
Já o senador de centro Ivan Scalfarotto, do Itália Viva (IV), disse que o governo Meloni protagonizou o "enésimo papelão em nível internacional".
Em meio à repercussão negativa, fontes italianas disseram que a palavra "aborto" não foi incluída no documento porque está "implícita" na referência ao comunicado do G7 de Hiroshima.
"Não há nenhum recuo, tanto que existe uma referência aos compromissos assumidos em Hiroshima", afirmou uma pessoa próxima às negociações, denunciando uma suposta tentativa de "instrumentalização eleitoral" do tema.
Esboço de declaração final do G7 retira menção ao aborto
Fontes italianas negam recuo sobre o assunto