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Coreia do Norte é aliada contra hegemonia do Ocidente, diz Putin

Presidente russo visita país após mais de duas décadas

Presidente da Rússia visitará Coreia do Norte entre os dias 18 e 19

Redazione Ansa

O br/brasil/noticias/ultimo_momento/2024/06/17/putin-destitui-vice-ministros-de-defesa-e-nomeia-sua-prima_4249811e-52b7-467e-bb0f-eace76e5cc1a.html">presidente da Rússia, Vladimir Putin, realiza nesta terça-feira (18) sua primeira visita em duas décadas pela Coreia do Norte e agradeceu o "apoio firme" do país liderado pelo ditador Kim Jong-un à operação militar na Ucrânia.
    O russo faz uma visita de Estado de dois dias à Coreia do Norte, durante a qual deve assinar junto com Kim uma série de acordos, incluindo um de associação estratégica.
    Em um artigo publicado no jornal oficial norte-coreano Rodong Sinmun e na agência de notícias KCNA, Putin destacou que a Rússia apoio a Coreia do Norte e seu "heroico povo em sua luta para defender seu direito de escolher por si mesmos o caminho da independência, a originalidade e o desenvolvimento no enfrentamento ao astuto, perigoso e agressivo inimigo".
    Segundo o líder russo, seu país apoiará constantemente a Coreia do Norte no futuro, principalmente porque o país "apoia firmemente" a ofensiva de Moscou na Ucrânia.
    Em seu artigo, Putin considerou também a Coreia do Norte uma firme aliada na luta contra a hegemonia ocidental. "Pyongyang sempre foi o nosso apoiante empenhado e solidário, pronto para enfrentar a ambição do Ocidente de impedir o surgimento de uma ordem mundial multipolar baseada na justiça, no respeito mútuo pela soberania e na consideração dos interesses de cada um", enfatizou.
    De acordo com ele, os Estados Unidos "estão a fazer tudo para impor" uma ordem baseada em regras a nível global, "que essencialmente nada mais é do que uma ditadura neocolonial global que se baseia em dois pesos e duas medidas".
    Para Putin, "as nações que discordam desta abordagem e prosseguem uma política independente enfrentam uma pressão externa crescente". "A liderança dos EUA vê esta aspiração natural e legítima de autossuficiência e independência como uma ameaça ao seu domínio global".
    Além disso, destacou que a Rússia está firmemente convencida de que "com os nossos esforços conjuntos levaremos a cooperação bilateral a um nível superior" e prometeu construir "um sistema de liquidação alternativo" baseado em "acordos comerciais e mútuos", "não pressionado" pelos países ocidentais.
    A expectativa é de que a Rússia e a Coreia do Norte, ambas sujeitas a sanções internacionais, poderiam desenvolver esquemas e acordos comerciais "não influenciados" pelo sistema financeiro internacional baseado no dólar americano.
    Putin acrescentou que Moscou planeja construir uma estrutura de segurança "igual e indivisível" na Eurásia, mas não deu detalhes. A Rússia pretende intensificar o intercâmbio e a cooperação com o Norte em setores como a educação, o turismo e a cultura, com o objetivo de assinar um tratado de parceria estratégia global, segundo Tass.
    A Coreia do Norte e a Rússia realizaram uma reunião conjunta do comitê econômico em junho de 2014, em Vladivostok, onde os lados concordaram em utilizar a moeda russa no comércio. No entanto, houve poucos progressos nesta questão, uma vez que a Coreia do Norte prefere utilizar o dólar americano, apesar das sanções, enquanto o comércio da Rússia com Pyongyang permaneceu mínimo.
    Por ocasião da visita do presidente da Rússia, Pyongyang se enfeitou com bandeiras russas hasteadas junto com as norte-coreanas e com retratos de Putin nas ruas da capital do país.
    Imagens e vídeos da capital norte-coreana vazados para a Coreia do Sul, obtidos por repórteres da RIA Novosti, mostraram grandes bandeiras russas e norte-coreanas ao lado do Aeroporto Internacional Sunan de Pyongyang, bem como outras montadas em postes de eletricidade ao longo das ruas onde o presidente russo passará em carreata.
    Antes de chegar à Coreia do Norte, Putin passa pela República Russa de Yakutia, no leste da Sibéria. A última visita dele à região do Extremo Oriente remonta a setembro de 2014. (ANSA).
   

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