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Assange faz acordo com EUA e deixa prisão em Londres

Ativista vai se declarar culpado em troca de fim de pena

Redazione Ansa

O jornalista e ativista australiano Julian Assange, 52 anos, foi libertado da prisão de segurança máxima de Belmarsh, em Londres, no Reino Unido, após ter feito um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que pleiteava sua extradição.
    Após cinco anos encarcerado, Assange deixou a cadeia na última segunda-feira (24) e seguiu diretamente para o Aeroporto de Stansted, onde embarcou em um avião com destino às Ilhas Marianas do Norte, território ultramarino americano no Pacífico, com escala em Bangkok, na Tailândia. Ele pousou no território americano nesta terça (25).
    "Este é o resultado de uma campanha global que envolveu organizadores de base, ativistas pela liberdade de imprensa, legisladores e líderes de todo o espectro político, até as Nações Unidas. Isso criou espaço para um longo período de negociações com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o que levou a um acordo que ainda não foi formalmente finalizado", disse o WikiLeaks, site fundado por Assange, nas redes sociais.
    O ativista passou cinco anos preso em uma cela de seis metros quadrados e com 23 horas por dia de isolamento. Ele aceitou se declarar culpado de uma acusação ligada à divulgação de milhares de documentos confidenciais do governo americano, em troca de uma pena de 62 meses de prisão, exatamente o tempo que ele passou encarcerado no Reino Unido.
    Com isso, após a aprovação do acordo por um juiz federal dos EUA, Assange poderá retornar de imediato à Austrália. A audiência em um tribunal nas Ilhas Marianas do Norte está prevista para quarta-feira (26), e o voo custou US$ 500 mil (R$ 2,7 milhões), segundo Stella Assange, esposa do ativista.
    "Estou simplesmente eufórica. É incrível, parece irreal que ele esteja livre", disse a advogada em uma entrevista à BBC, acrescentando que o acordo será divulgado ao público assim que estiver homologado.
    "O calvário finalmente está chegando ao fim", reforçou Christine Assange, mãe do fundador do WikiLeaks. A libertação também foi comemorada pelo Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, que deu as "boas-vindas" a uma "resolução definitiva do caso", e pela ONG Repórteres Sem Fronteiras, que falou no "fim de uma perseguição injusta e cruel".
    Assange é acusado de 18 crimes ligados à divulgação de milhares de documentos secretos sobre as guerras no Afeganistão e no Iraque e, se fosse condenado por todos eles, poderia pegar até 175 anos de prisão. (ANSA)

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