O Supremo Tribunal de Israel decidiu, por unanimidade, que o governo não pode isentar os estudantes judeus ultraortodoxos (Haredi) do alistamento militar.
O serviço militar é obrigatório para homens e mulheres em Israel, mas uma lei de isenção diz que essa categoria pode se dedicar apenas ao estudo dos textos sagrados do judaísmo. O texto foi criado por iniciativa de David Ben Gurion, fundador de Israel, em 1948.
Na decisão, a corte afirmou que o Executivo não tem autoridade para determinar que a lei sobre o serviço militar não seja aplicada aos estudantes de yeshiva (escolas talmúdicas) sem um quadro legal adequado.
Com isso, o procurador-geral de Israel, Gali Beharav-Miara, determinou que o Ministério da Defesa recrute imediatamente 3 mil jovens ortodoxos às Forças de Defesa Israelenses (IdF).
Ele também solicitou a apresentação de um plano com medidas para aumentar o número de recrutas, à luz das atuais exigências do exército e para promover a igualdade. Estimativas indicam que há cerca de 67 mil jovens ortodoxos aptos ao alistamento.
A medida contraria o desejo do governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que tem uma coligação com partidos Haredi.
O tribunal, contudo, considerou que o não-alistamento dessa categoria prejudica o efetivo no contexto da guerra na Faixa de Gaza, criando um cenário de desigualdade. (ANSA).
Israel terá alistamento obrigatório para judeus ultraortodoxos
Decisão que contradiz governo foi tomada pelo Supremo Tribunal