Um ataque aéreo israelense atingiu o campo de refugiados Al-Mawasi, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, e deixou ao menos 90 pessoas mortas e 300 feridas, informou o Ministério da Saúde do enclave palestino neste sábado (13).
O novo boletim revisa um comunicado divulgado anteriormente que contabilizava ao menos 20 vítimas e 120 feridos após um "bombardeio aéreo massivo" israelense realizado perto do campo de refugiados de Al-Mawasi, que acolhe centenas de milhares de pessoas deslocadas.
Segundo o grupo fundamentalista islâmico Hamas, a nota atualiza o balanço "sobre o terrível massacre da ocupação israelense".
O jornal "Yisrael Hayom", citado pelo "Times of Israel", citando um "relatório" não especificado, afirmou inicialmente que o alvo do ataque israelense na área de al-Mawasi era o líder do Hamas, Mohammed Deif, comandante da ala militar do grupo.
Entretanto, a Rádio do Exército, citando três fontes da defesa, informou que o alvo era "muito significativo" e que os resultados não eram imediatamente claros. Além disso, outra figura visada era Rafaa Salameh, comandante da Brigada Khan Yunis.
Um porta-voz militar anunciou que os dois estavam "em um complexo civil que o Hamas tinha cercado com árvores, numa área aberta, com pequenos edifícios, que tem uma estrutura baixa e galpões para que os terroristas pudessem circular com segurança".
De acordo com os relatos, os agentes do Hamas que protegeram o complexo também ficaram feridos. Os militares israelenses esclareceram ainda que "não se trata das tendas de pessoas deslocadas internamente" e enfatizaram que "o ataque foi preciso e teve como alvo apenas o complexo do Hamas" e não a zona humanitária.
"Aviões de combate foram usados, atingindo vários pequenos alvos diferentes no mesmo complexo cercado pelo Hamas", acrescentaram.
A inteligência militar israelense e o exército estimam atualmente que Deif ficou "gravemente ferido" no ataque, enquanto que a televisão saudita 'Al Hadath', que cita fontes não especificadas, disse que Salameh foi morto. Até o momento, porém, não há confirmação oficial.
Por sua vez, um alto representante do Hamas definiu o fato de o ataque israelense ter atingido Deif como "absurdo". "Todos os mártires são civis e o que aconteceu foi uma grave escalada na guerra genocida, apoiada pelos Estados Unidos e pelo silêncio do mundo", explicou Abu Zuhri.
Para o representante do Hamas, o ataque mostra que Israel não quer um acordo de cessar-fogo.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi atualizado "sobre todos os acontecimentos e continuará a receber notícias regulares", divulgou seu gabinete, lembrando que ele "deu uma diretiva permanente para eliminar altos funcionários do Hamas" ainda no início da guerra.
Segundo o governo, Netanyahu "realizará uma avaliação da situação com todas as forças de segurança para discutir os próximos desenvolvimentos e passos". (ANSA).
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