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Brasil será 'eternamente' grato à Itália por ajuda ao RS, diz Lula

Visita de Mattarella é 'ponto alto' de 150 anos de imigração

Redazione Ansa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (15) que o Brasil será "eternamente" grato pela ajuda da Itália após as inundações que deixaram mais de 200 mortos e desaparecidos no Rio Grande do Sul e convidou o país europeu a ingressar na Aliança Global de Combate à Fome e à Pobreza promovida pela presidência brasileira no comando do G20.
    As declarações foram dadas em pronunciamento conjunto com o presidente da Itália, com.br/brasil/noticias/ultimo_momento/2024/07/15/mattarella-demonstrara-proximidade-da-italia-em-visita-ao-rs_6e0a62ec-2c8b-41b7-87b8-def8d0aa5533.html" target="_blank" rel="noopener">Sergio Mattarella, primeiro chefe de Estado do país europeu a visitar o Brasil em 24 anos.
    "Essa visita representa o ponto alto da celebração dos 150 anos da imigração italiana, que tornou as trajetórias dos nossos países para sempre indissociáveis. Esses laços se reforçam por meio de demonstrações de amizade e solidariedade, como ocorreu em relação às enchentes no Rio Grande do Sul", afirmou Lula.
    "Eu queria agradecer em público ao governo italiano por toda a ajuda que vocês fizeram para atender ao sofrimento do povo brasileiro no Rio Grande do Sul. Pode ter certeza, presidente, que foi de muita valia e importância, e tenho certeza que o povo gaúcho e brasileiro será eternamente grato ao povo italiano por sua generosidade", acrescentou o petista, citando a doação de 25 toneladas em ajuda humanitária pelo governo do país europeu.
    "O material doado certamente aliviou a enorme perda sofrida pela população gaúcha, que reúne uma parcela numerosa dos mais de 35 milhões de descendentes de italianos no Brasil", disse.

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Presidentes se cumprimentam durante reunião

 
    No pronunciamento, Lula também destacou que Brasil e Itália, presidentes do G20 e G7, respectivamente, "têm a oportunidade de liderar a busca por soluções para os problemas compartilhados" e exaltou a parceria entre os países em setores como energia, onde a nação europeia está "bem posicionada" para aproveitar oportunidades.
    "Os parques eólicos e fotovoltaicos de empresas italianas e o interesse delas em hidrogênio verde mostram o potencial a ser explorado nessa área. Um exemplo é o investimento de mais de R$ 2 bilhões no Complexo Eólico Aroeira, na Bahia, feito pela Enel", declarou o mandatário, que expressou o desejo de "diversificar e incrementar" a pauta de exportações brasileiras para o mercado italiano.
    O presidente ainda aproveitou a ocasião para convidar "a Itália para se somar à Aliança Global de Combate à Fome e à Pobreza que lançaremos por ocasião do G20", em retribuição ao convite para o Brasil integrar o grupo de trabalho sobre segurança alimentar no G7.
    "O pioneirismo italiano em mecanismos de troca de dívidas por alimentos será muito valioso para nossa iniciativa", salientou.
    Segundo o presidente, "a guerra na Ucrânia e o conflito em Gaza mostram que abrir mão do diálogo e da diplomacia leva a consequências nefastas". "Discutimos alguns dos complexos desafios da atualidade. Manifestei minha satisfação com a vitória das forças progressistas nas recentes eleições no Reino Unido e na França. Ambas são fundamentais para a defesa da democracia e da justiça social contra as ameaças do extremismo", afirmou.
    Lula também comentou as negociações do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia e disse esperar que as tratativas sejam concluídas "o quanto antes", em prol de um pacto "equilibrado e que contribua para o desenvolvimento das duas regiões".
    "Explicitei que o avanço das negociações depende de os europeus resolverem suas próprias contradições internas. Medidas como a taxa de carbono, impostas de forma unilateral pela União Europeia, podem afetar cinco dos 10 produtos brasileiros mais exportados para o mercado italiano", acrescentou. (ANSA)

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