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'Parlamentos são fundamentais', diz Mattarella no Brasil

Presidente alertou para os abusos da Inteligência Artificial

Presidente da Itália alertou para os abusos da Inteligência Artificial

Redazione Ansa

A sede do Senado brasileiro é um edifício retangular idêntico e espelhado ao da Câmara, que fica de frente para ele. Ali, no centro de Brasília, fica a exposição de arte "Oltreoceano", que comemora os 150 anos da imigração italiana no Brasil. No local, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, voltou a falar sobre um tema que o interessa.
    "As reflexões dos Parlamentos são fundamentais porque recolhem e expressam as sensibilidades das pessoas. É por isso que a diplomacia parlamentar é importante, porque contribui para o tecido da paz no mundo", disse o mandatário.
    Mattarella discutiu o assunto com o chefe do Congresso brasileiro, Rodrigo Pacheco, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
    O raciocínio incidiu sobre um tema de âmbito global: as oportunidades e os riscos da Inteligência Artificial (IA) e a necessidade da sua regulamentação. Porém, nesta época de reformas e decretos alinhados no Parlamento, voltou à mente o discurso sobre a democracia que o chefe de Estado fez no início de julho em Trieste, quando falou sobre o respeito pelos direitos das minorias e citou o jurista católico Egidio Tosato, que alertou contra o absolutismo estatal e a autoridade "ilimitada".
    Em Brasília, Mattarella falou sobre "a grande inovação" da IA, que "tem uma perspectiva fascinante na medicina e em muitos outros setores". O presidente, no entanto, não descartou que vê "os riscos" da tecnologia.
    Aqui entra em jogo o papel dos Parlamentos, pois Mattarella destacou a necessidade de "uma disciplina séria e pontual, que não atrapalhe as pesquisas e as inovações que não se deve temer, mas que evite os abusos que são possíveis com um instrumento tão importante".
    "Tenho um grande respeito por tudo o que os Parlamentos fazem. Estou no Parlamento há 25 anos, conheço bem a relação que se cria com o corpo eleitoral e com o povo", afirmou.
    Os compromissos em Brasília foram os primeiros da viagem de Mattarella ao país sul-americano, 24 anos depois da última realizada por um chefe de Estado italiano, que na ocasião foi Carlo Azeglio Ciampi.
    "Esta minha visita preenche um atraso, mas serve para sublinhar a amizade entre a Itália e o Brasil e a colaboração em todos os aspectos. Há uma consonância de valores. Os dois países estão unidos pelo desejo de contribuir para a paz e a colaboração internacional", lembrou Mattarella falando à comunidade italiana em Brasília.
    A segunda etapa é a visita ao Rio Grande do Sul, uma das áreas mais afetadas pelas enchentes, que entre abril e maio desfiguraram o estado do sul do Brasil, a pequena Itália do outro lado do oceano, onde ainda se fala o dialeto "talian" e as cidades possui os nomes iguais aos municípios vênetos, lombardos e friulanos.
    Nos dias da catástrofe, a Itália enviou 30 toneladas de material humanitário, entre tendas, purificadores de água, medicamentos e material médico. A presença de Mattarella renova a mensagem de solidariedade e amizade da Itália, gesto pelo qual Lula agradeceu ao país europeu. (ANSA).
   

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