A polícia de Como, no norte da Itália, prendeu duas pessoas no âmbito de um inquérito sobre supostas fraudes no reconhecimento de br/brasil/noticias/variedades/2024/02/29/italia-e-pais-da-ue-que-mais-concede-cidadania-a-estrangeiros_a2b3d766-6aa9-4389-98d0-da75c7f01b07.html" target="_blank" rel="noopener">cidadania italiana para brasileiros.
As suspeitas são uma funcionária do escritório de registro civil da Prefeitura de Uggiate-Trevano, município de 4,9 mil habitantes na província de Como, na Lombardia, e uma intermediária brasileira residente no Ticino, cantão de língua italiana na Suíça, ambas colocadas em regime de detenção domiciliar.
Outras quatro pessoas - todas elas proprietárias de imóveis onde os requerentes à cidadania registravam residência supostamente fictícia - também são investigadas, mas não foram submetidas a medidas cautelares. As acusações contra os suspeitos são de falsificação em documento público e falsidade ideológica.
De acordo com a investigação, pelo menos 171 brasileiros teriam obtido a cidadania italiana por direito de sangue (jus sanguinis) por meio da declaração fictícia de moradia em Uggiate-Trevano.
A intermediária brasileira, segundo a polícia, cobrava 3,5 mil euros (R$ 21,4 mil) para organizar a chegada na Itália, obter a certificação de residência e fazer o cadastro no registro civil, com a ajuda da servidora municipal, tudo em um tempo menor que o habitual.
O inquérito nasceu após uma denúncia feita por outra funcionária da Prefeitura de Uggiate-Trevano, que havia estranhado o grande número de brasileiros que chegavam à cidade, situada na fronteira com a Suíça.
Ao longo dos últimos anos, a polícia e o Ministério Público desmantelaram diversas quadrilhas que praticavam corrupção e fraudes nos processos de reconhecimento de cidadania italiana jus sanguinis, especialmente envolvendo brasileiros.
O problema mais frequente é justamente a questão da residência. Para obter o reconhecimento na Itália, é preciso comprovar moradia no país, o que exige a permanência por um período relativamente incerto, mas que pode durar por volta de três meses.
No entanto, alguns intermediadores vendem a ideia de que tal etapa pode ser concluída rapidamente ou sem a necessidade da presença permanente do candidato em solo italiano, o que vai de encontro à lei. (ANSA)
Itália prende 2 por fraudes em cidadania para brasileiros
Mais de 170 pessoas teriam se beneficiado de suposto esquema