Último momento

'Ser italiano não está ligado a sete gerações', diz vice-premiê

Debate sobre lei de cidadania vem ganhando corpo no país

Declaração põe combustível no acalorado debate sobre a reforma da lei de cidadania no país

Redazione Ansa

O ministro das Relações Exteriores e vice-premiê da Itália, Antonio Tajani, afirmou nesta quinta-feira (22) que ter antepassados de "sete gerações" atrás não significa "ser italiano".
    A declaração põe combustível no acalorado debate sobre a reforma da lei de cidadania no país, na esteira das medalhas conquistadas por filhos de imigrantes para a Azzurra nas Olimpíadas do Paris, sobretudo Paola Egonu, estrela da seleção campeã olímpica no vôlei feminino nos Jogos.
    "Ser italiano, europeu e patriota não está ligado a sete gerações, mas sim a aquilo que você é", disse Tajani, do partido conservador Força Itália (FI), durante um evento em Rimini.
    "Não sou um perigoso subversivo nem um extremista de esquerda, mas digo que é preciso olhar para a realidade como ela é. Eu insisto na formação, na identidade, na cultura, porque uma pessoa não é italiana por ter a pele branca, amarela, vermelha ou verde, mas porque tem dentro de si aqueles valores", acrescentou.
    Tajani e o FI defendem a instituição do princípio do "jus scholae" ("direito escolar"), ou seja, a concessão de cidadania para filhos de imigrantes nascidos na Itália e que tenham concluído pelo menos 10 anos de estudos nas escolas do país.
    No entanto, a proposta não está na agenda do governo e enfrenta resistência dos outros dois pilares da base aliada: os partidos nacionalistas Irmãos da Itália (FdI), da premiê Giorgia Meloni, e Liga, do vice-premiê e ministro da Infraestrutura, Matteo Salvini.
    Atualmente, as regras de cidadania na Itália são regidas pelo princípio do "jus sanguinis" ("direito de sangue"): é cidadão quem tem antepassados italianos, sejam pais, avós, bisavós, etc.
    Já os filhos de imigrantes só podem obter a cidadania ao completar 18 anos, mesmo que tenham nascido e crescido no país, o que, segundo críticos desse sistema, marginaliza crianças e adolescentes que nunca conheceram outro lugar.
    A oposição progressista apoia o "jus scholae", mas algumas forças, como o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, também defendem a instituição do "jus soli" ("direito de solo"), princípio em vigor no Brasil e que concede cidadania a quem nasce em território de determinada nação, independentemente da origem dos genitores. (ANSA).
   

Leggi l'articolo completo su ANSA.it