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Kamala Harris prega união, critica Trump e enaltece mulheres

Candidata à Casa Branca discursou em Convenção Democrata

Redazione Ansa

(ANSA) - Kamala Harris, candidata à Presidência dos Estados Unidos, discursou na Convenção do Partido Democrata na noite da última quinta-feira (23) e aceitou formalmente a indicação para disputar as eleições de novembro, "em nome de todos cuja história só pode ser escrita na maior nação do mundo".
    Em um pronunciamento poderoso de cerca de 45 minutos, a democrata enalteceu as mulheres, pregou a união entre o povo norte-americano e fez duras críticas contra seu rival, o republicano Donald Trump.
    Harris alertou os eleitores do país sobre um possível risco à democracia caso o magnata retorne para a Casa Branca e exaltou o histórico "extraordinário" do atual presidente dos EUA, Joe Biden. "Esta não é apenas a eleição mais importante da nossa vida, mas de uma geração", afirmou ela, enfatizando que, com o pleito, "temos a preciosa oportunidade de superar o cinismo, o ressentimento e as batalhas divisivas do passado".
    "Temos a oportunidade de traçar um novo caminho a seguir. Não como membros de um partido ou facção, mas como americanos", acrescentou.
    A atual vice-presidente se dirigiu aos americanos, garantindo que será a líder "de todos". Na sequência, contou sua história, as dificuldades da sua família, a separação dos seus pais e fez uma homenagem a Shyamala Harris, sua mãe, morta em 2009.
    "Sinto falta da minha mãe todos os dias, mas agora mais do que nunca", confessa Harris, lembrando que foi sua mãe quem criou ela e sua irmã Maya quando seus pais se separaram. "A minha mãe foi dura: ensinou-nos a não reclamar das injustiças, mas a fazer algo para as mudar", afirmou, antes de atacar Trump.
    De acordo com Harris, o republicano "não é uma pessoa séria" e "as consequências de tê-lo de volta à Casa Branca são gravíssimas".
    "Considerem o poder que ele terá, especialmente depois de o Supremo Tribunal lhe ter concedido imunidade", explica, garantindo que nunca se aliará a ditadores como o antigo presidente e que permanecerá ao lado da Ucrânia, da Otan e da Europa.
    Na economia, a vice-presidente disse estar empenhada em ajudar a classe média, de onde ela vem, e as famílias.
    Mulheres 

A democrata falou ainda sobre a proteção de mulheres, recordando que convidou uma amiga que era vítima de abuso sexual para morar em sua residência na época do ensino médio.
    "Essa é uma das razões pelas quais me tornei promotora. Para proteger pessoas como Wanda. Acho que todos têm o direito à segurança, dignidade e justiça", defendeu.
    A proteção das mulheres, principalmente dos direitos reprodutivos, é um dos principais pilares da campanha de Kamala, que afirmou que Trump e aliados celebram o fato de terem acabado com liberdades e direitos de mulheres, como o aborto e o uso de contraceptivos.
    "Donald Trump escolheu pessoalmente membros da Suprema Corte dos Estados Unidos para tirar os direitos reprodutivos", disse "É preciso perguntar por que exatamente eles não confiam nas mulheres? Bem, nós confiamos nas mulheres." Sobre o assunto, Kamala garantiu que sancionará uma legislação para restaurar os direitos reprodutivos das mulheres.
    Faixa de Gaza e migração 

Já sobre o conflito no Oriente Médio, a vice-presidente prometeu que fechará o acordo para o cessar-fogo e a libertação dos reféns, tendo em vista que ela e Biden trabalham "incansavelmente para acabar com a guerra para que Israel esteja seguro" e "o sofrimento em Gaza acabe".
    Além disso, Kamala abordou a questão da imigração, o seu "calcanhar de Aquiles" que a expõe a fortes críticas dos republicanos. Ela prometeu intervir e reformar o sistema de imigração, inclusive oferecendo um caminho para a cidadania para aqueles que a merecem, e resolver a emergência na fronteira.
    Depois de terminar o discurso mais importante de sua carreira política, Harris foi acompanhada no palco por seu marido, pelo candidato à vice-presidência Tim Walz, e sua esposa Gwen, todos recebidos por uma chuva de 100 mil balões ao som de "Freedom", de Beyoncé.
    A cantora era esperada e muitos rumores indicavam sua presença, mas Beyoncé não subiu ao palco. Foi Pink quem fez o show. Muitos nomes importantes da política e estrelas de Hollywood se revezaram para pedir voto. (ANSA).
   

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